PF fará ação de ‘busca e apreensão’ em empreiteiras
Munida de autorização judicial expedida há dez dias, a PF organiza operação de busca e apreensão em escritórios e casas de executivos de grandes empreiteiras.
Apuram-se malfeitos praticados em obras da Infraero em aeroportos. Entre eles os de Guarulhos (SP), Vitória (ES) e Campo Grande (MS).
O leque de crimes sob investigação é largo: fraudes em licitações, tráfico de influência, formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva. Estima-se que a Viúva foi tungada em algo como R$ 500 milhões.
Entre as empresas que se encontram sob a lupa da PF estão logotipos conhecidos. Por exemplo: OAS, Camargo Corrêa, Odebrecht, Nielsen, Queiroz Galvão e Gautama.
Foram contratadas quando o presidente da Infraero era o ex-deputado Carlos Wilson (PT-PE). Ele morreu de câncer há cinco meses.
O inquérito foi aberto há dois anos. Tem os ingredientes de praxe: denúncia anônima, grampos, quebras de sigilos bancários e fiscais e, agora, a busca e apreensão.
Houve também um lote de pedidos de prisão. Foram, porém, refugados pelo Judiciário.
Em tese, você não deveria estar lendo essa notícia. A operação da PF é –ou deveria ser— sigilosa.
Escalou a manchete da Folha graças à apuração das repórteres Mônica Bergamo e Andrea Michael.
O mais grave é que, antes de chegar à dupla de repórteres, a informação fora soprada nos ouvidos dos investigados.
A cúpula da PF, o Ministério Público Federal e a Justiça souberam do vazamento nesta semana.
Investigadores metidos no caso dizem que o dreno que despejou dados sigilosos no colo dos investigados não prejudica a operação. Tolice.
Enquanto você corre os olhos por essas linhas alguns escritórios e certas residências devem estar imersos em atmosfera barata-voa. Na sequência, vai-se inaugurar outro tipo de brincadeira: esconde-esconde.
Curiosamente, a notícia sobre a batida que a PF planeja executar chega às páginas exatos três dias depois de Lula ter recebido executivos de dez empreiteiras.
Sabe-se agora que pelo menos quatro delas –OAS, Camargo Corrêa, Odebrecht e Queiroz Galvão— estão entre as que terão as instalações varejadas pela PF.
Foram a Lula para pedir ajustes na legislação que acomoda nos seus calcanhares os perdigueiros do TCU e do Ministério Público. Querem um refresco.
E Lula, veja você, concordou. Combinou-se que a grande empreita encaminhará ao presidente um lote de sugestões. São os tempos de caliúga!
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