"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

março 31, 2014

PARA REGISTRO ! Nada devemos à esquerda armada além de violência, mortes, sequestros, assaltos e indenizações milionárias. O regime de liberdades é obra dos que fizeram a luta pacífica;

Oficialmente, o movimento militar que derrubou João Goulart faz hoje 50 anos — o assunto, como sabem, está em todo canto. A quartelada, com amplo apoio civil, se consumou, de verdade, no dia 1º de abril, mas se quis evitar a coincidência com o chamado Dia da Mentira. Hoje, com a tal Comissão da Verdade federal em funcionamento — e algumas outras estaduais ou até corporativas (em universidades, por exemplo) —, prospera a farsa sobre aqueles tempos. A extrema esquerda armada perdeu a batalha porque era minoritária e porque não dispunha de força bélica para enfrentar os militares. 

Os extremistas, no entanto, venceram a guerra de propaganda, desta feita sem precisar dar um tiro: seus epígonos, isto é, seus seguidores intelectuais, ocuparam a imprensa, o meio universitário, os centros culturais, as escolas, fatias importantes do Executivo, do Legislativo e do Judiciário para inventar o confronto que nunca existiu.

E qual é o confronto que nunca existiu? 
Aquele que oporia, de um lado, os defensores da liberdade e, de outro, os que a recusavam. Se, durante o regime militar, vivemos sob a mentira de que o golpe foi desfechado para defender a democracia, hoje, 50 anos depois, vive-se a outra face do engodo, que, no caso, é igualmente trapaceiro, mas com o sinal trocado. Comecemos do óbvio: em 1964, João Goulart e os que com ele se alinharam não tinham a democracia como um valor universal e inegociável; tampouco era essa a convicção dos militares e dos organismos civis que lhes deram apoio. 

O regime de liberdades individuais e públicas morreu de inanição; morreu porque faltou quem estivesse disposto a alimentá-lo. 
Ao contrário: 
assistiu-se a uma espécie de corrida rumo ao golpe. 
Golpista, na prática — e escandalosamente incompetente —, era Jango. 
Golpistas eram aqueles que o depuseram. 
Ainda que pudesse haver bem-intencionados em ambos os lados, não foram esses a ditar o rumo dos acontecimentos.

Outras farsas influentes se combinam para fabricar um confronto entre vítimas e algozes que é não menos trapaceiro. Não é verdade, por exemplo, que os atentados terroristas e a luta armada tiveram início depois da decretação do famigerado AI-5, o Ato Institucional que implementou a ditadura de fato no país. Ao contrário até: a muita gente essa medida de força, que deu ao Estado poderes absolutos, pareceu até razoável porque a extrema esquerda decidiu intensificar a rotina de ataques terroristas. 

O AI-5 só foi decretado no dia 13 de dezembro de 1968. 
A VPR, a Vanguarda Popular Revolucionária, explodiu uma bomba no Consulado Americano, no Conjunto Nacional, em São Paulo, no dia 19 de março daquele ano. Em abril, novas explosões no Estadão e na Bolsa de Valores de São Paulo. Essas são apenas algumas de uma sequência. No dia 18 de julho, o presidente Costa e Silva ainda recebeu uma comissão de estudantes para negociar. 
Inútil.

O que pretendiam os movimentos de extrema-esquerda? 
É certo que queriam derrotar o regime militar inaugurado em 1964; mas que fique claro: 
o seu horizonte não era a democracia. 
Ao contrário. 
Como costumo lembrar, não há um só texto produzido pelas esquerdas então que defendessem esse regime. 
Ao contrário: 
a convicção dos grupos armados era a de que os fundamentos da democracia eram apenas um engodo para impedir a libertação do povo. 
Os extremistas de esquerda também queriam uma ditadura — no caso, comunista.
Cumpre indagar e responder: 
o regime democrático que temos hoje é um caudatário, um devedor, dos extremistas que recorreram à guerrilha e ao terrorismo?
 A resposta mais clara, óbvia e evidente é “Não”! 
Devemos a democracia aos que organizaram a luta pacífica contra a ditadura militar. Qual foi a contribuição da Ação Libertadora Nacional, a ALN, do terrorista Carlos Marighella, à civilidade política? 
Nenhuma! 

A eles devemos sequestros e cadáveres. 
Qual foi a contribuição da VPR, a Vanguarda Popular Revolucionária, do terrorista Carlos Lamarca, à tolerância política? 
Nenhuma! 

A eles devemos violência e mortes. 
Qual foi a contribuição da terrorista VAR-Palmares, de Dilma Rousseff, à pluralidade política? 
Nenhuma. 
A eles devemos assaltos, 
bombas e sequestros.
Mas devemos, sim, a democracia a Paulo Brossard, 
a Marcos Freire, 
a Itamar Franco, 
a Franco Montoro, 
a Fernando Henrique Cardoso, 
a Mário Covas, 
a José Serra, 
a Alencar Furtado, entre outros. 

Devemos a democracia até a ex-servidores do regime que resolveram dissentir, como Severo Gomes e Teotônio Vilela. Outros ainda, dentro do aparelho de estado, tiveram papel relevante para trincar o bloco hegemônico que comandava o país, como Petrônio Portella, Aureliano Chaves e Marco Maciel.

História
O ambiente está viciado.
 Mistificadores e prosélitos, mais ocupados com a guerra ideológica do que com a realidade, atropelam os fatos. Pretendem inventar uma narrativa que justifique tanto as ações doidivanas do passado como certas safadezas do presente (ainda voltarei a este ponto). O que fazer? Se você não quer se deixar levar pela mera discurseira inconsequente, sugiro que leia este livro.
O historiador Marco Antonio Villa escreveu “Ditadura à Brasileira” (LeYa), que tem um emblemático subtítulo: “1964-1985: A democracia golpeada à esquerda e à direita”. Villa vai ao ponto. Cada ano do período constitui um capítulo do livro e evidencia a escalada da radicalização, num confronto em que quase ninguém podia reivindicar o papel do mocinho. Não se trata de “uma outra leitura do golpe”, favorável ao movimento. 

O que Villa faz, com rigor e competência, é alinhavar, de maneira seca, objetiva, a sequência de eventos, com os seus devidos protagonistas, que levaram à deposição de João Goulart, à instauração da ditadura, à abertura do regime e, finalmente, à democracia.

É claro que o autor tem um ponto de vista — e, no caso, é um ponto de vista que protege o leitor: 
Villa é um democrata, e isso faz com que veja com olhos críticos — e, pois, independentes — as várias agressões havidas no período aos valores da democracia , tanto à direita como à esquerda. 
No seu livro não há bandidos e heróis. Há pessoas de carne e osso fazendo coisas: muitas em favor da civilidade política; boa parte delas, em favor da barbárie. 

O volume traz uma útil cronologia, bibliografia e índices onomástico e remissivo, o que o torna também um bom manual de consulta. É um bom instrumento para se defender de fraudes influentes.

Encerro este post
Nada devemos, rigorosamente nada!, às esquerdas armadas. 
A coragem é, em si, um valor. 
Quanto ela é tão suicida como homicida, já não é coragem, mas estupidez, e costuma arrastar outros tantos em sua aventura.
Transcrito do original em : 


Por Reinaldo Azevedo

2 comentários:

Anônimo disse...

Os pelegos, mequetrefes, terroristas, trambiqueiros, facistas, psicopatas, ditadores, sem vergonha, sem moral e ladroes dos cofres públicos, são os mesmo de l964. Eles vivem cobrando da ditadura a morte deste ou a morte daquele, mas não informam ao povo que a ditadura so ocorreu pela atitudes desses meliantes. Todos assaltantes de banco a mao armada. O que eles queriam e o que querem hoje em dia e transformar a nação no paraiso da baderna, da falta de respeito ao cidadão da falta de respeito as propriedades dos outros, na falta de respeito as leis do pais. Essa e a forma que agiam em 64 e estão agindo agora. A boquirrota bêbada, sem memoria, sem educação e sem respeito a pessoa humana pensa porque foi votada pelo curral eleitoral dela que e aprovada por toda a nação. Acorda hipócrita, arruaceira e sem caráter em vez de cobrar aos militares as mortes, deste, daquele e daquele outro que foram mortos porque participaram da baderna ou porque estavam passando pelos locais quando aconteceram os embates. Em vez de cobrar isto porque o militares estavam cumprindo seus deveres de proteger pais e cicadaos trabalhadores e com princípios sólidos contra os baderneiros que queriam transformar o pais na merda que esta hoje em dia, ela precisa vir a publico e informar como os petebostas de 64 conseguiram desmoralizar e aviltar o pais em tao pouco tempo.
Ela precisa mostrar como o povo brasileiro teve suas vidas baixadas pela administração petista, pmdbosta e afins. Quantos morrerão desde que o pt assumiu por falta de ação de botar o pais para a frente. Suas excelências dos três poderes tem tudo. Saude tratada nos melhores hospitais, dentistas de primeira linha. Ajuda isto, ajuda aquilo todas as mordomias sem falar das aposentadorias vitalícias que vao sendo depositadas em suas fartas contas bancarias e em contrapartida quais os serviços que prestam a nação senão dizer amem a corja. Todos os poderes estão cheios de comunistas, mas comunistas comodistas de merda que não querem largar o osso

Anônimo disse...

By the way precisa avisar aos partidinhos de merda afins que ajudaram a eleger coisa e coiso que eles agora são empregados do povo brasileiro, que devem obrigações ao povo brasileiro, que devem votar nas coisa que ajudam a melhorar os padrões de vida ao povo brasileiro. Não precisam ficar de quatro e nem de aceitar tudo que os ptbestas pedirem para assinar. Devem obtruir dizer não a toda e qualquer posição que forem contrarias aos interesses do povo brasileiro e do brasil. Acorde 3 poderes as obrigações de vossas excelências e ajudar o brasil a ir para a frente e não ficar de bem com os baderneiros. Estamos de olho em vocês não pensem por um minuto que suas excelências estão acima da lei. Protejam se e briguem enquanto ainda há tempo. Toc, toc, toc o tempo dos ditadores ptbostas, pmdbosta e amordaçadores do povo esta terminando. O mundo esta de olho no desempenho de vcs. Ve se se associam a companhias melhores e ve se passam a proteger o pais e seus cidadãos trabalhadores de fato e que pagam os seus serviços com o dinheiro da nação. Serviços esses que estão acima dos sonhos de qualquer cidadão trabalhador brasileiro. Ve se tomam vergonha e comessem a cortar na própria carne os benefícios estapafúrdios de uma nação que esta devendo ate as tripas. Comecem a olhar para o futuro e pensem também na divida externa o que teremos que pagar para manter o pais em pe, como uma nação de verdade e não este pardieiro em que esta se transformando, parem de fazer cara de paisagem como se o problema não fosse de nos todos. Pais unido e pais vencedor. Parem de apontar os erros dos outros para justificar os nossos. Façam o mea culpa se ainda tiverem tempo.