Conhecida como "soldado" do governo federal no Senado, a ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann (PT-PR) bateu-boca nesta quarta-feira (19) com o líder do PSDB, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), durante votação de uma matéria na Comissão de Constituição e Justiça.
Depois do tucano acusar o governo Dilma Rousseff de ter "destroçado" o setor elétrico, Gleisi reagiu classificando a afirmação do senador de "leviana".
Com o dedo em riste, Nunes disse que Gleisi não exerce o seu mandato para "policiar" seus discursos ou críticas. "A senhora, por favor, não queira me policiar. A senhora não tem nenhum tipo de autoridade para me policiar. Eu falo o que eu quiser. O que a presidente fez no setor elétrico, e a senhora participou como ministra, foi uma pauta bomba que o destroçou", afirmou.
O tucano disse ainda que a ex-ministra não é "superior" a nenhum outro senador para "ditar normas" sobre os seus pronunciamentos. "A senhora não está aqui para me policiar, para me ditar normas. Eu posso falar o que eu quiser."
Gleisi reagiu dizendo que não reivindica "nenhuma superioridade" e pediu mais educação ao colega. "A educação faz parte do nosso debate. Tenho todo o direito de questionar declaração que considero leviana, que não tem base na realidade. Não tem números que comprovem que a presidente desestruturou o setor elétrico. Nós pegamos um setor desestruturado."
Ao final do bate-boca, Nunes ironizou a ex-ministra afirmando que retirava suas declarações sobre o setor elétrico porque está "tudo uma maravilha e ninguém vai pagar a mais por energia no ano que vem".
Não foi a primeira vez que os dois senadores trocaram farpas na CCJ. Gleisi tem como hábito, desde que reassumiu seu mandato no Senado, em fevereiro, de rebater todos os discursos de oposicionistas contrários ao governo federal. O bate-boca não teve nenhuma relação com o tema do projeto discutido pela comissão, que autoriza a transferência de posse de bancas de jornais para os herdeiros dos donos.
GABRIELA GUERREIRO/DE BRASÍLIA
Folha
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