No maior patamar em quatro anos, o índice de famílias endividadas atingiu, em 2013, média de 62,5%. São 9,1 milhões de lares endividados, um crescimento de 7,5% em relação ao ano anterior, segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC). A alta acompanhou o aumento do custo do crédito, explicou Marianne Hanson, economista da CNC. De abril a novembro, o Banco Central subiu a taxa básica de juros (Selic) de 7,25% para 10%.
"Hoje, os bancos estão mais criteriosos nas concessões de crédito às pessoas físicas. Esse fator deixou o consumidor em condições menos favoráveis para arcar com os compromissos", afirmou.
Apesar dos números não serem favoráveis, a CNC avalia como positiva a redução do percentual de famílias sem condições de pagar as dívidas em atraso. Em 2013, o índice de inadimplentes foi de 6,9%, contra 8,8% registrado no início da série dos indicadores, em 2010. Os dados acompanham a elevação do prazo médio de comprometimento com a dívida, que subiu de 6,53 meses para 6,74 meses.
Dessa forma, a parcela média da renda comprometida com dívidas caiu de 30% para 29,4%. "Os prazos mais longos de crédito permitiram ao consumidor acomodar os débitos no orçamento, sem necessariamente sacrificar ainda mais a renda", explicou Marianne. No entanto, ela fez um alerta: "Mesmo as famílias que não se sentem muito endividadas devem manter a cautela".
Acima da meta
Na avaliação do diretor executivo de Estudos Financeiros da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, o cenário vai piorar em 2014. Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, deve anunciar mais uma alta da Selic. "Mesmo com os juros elevados, fechamos 2013 com a inflação bem acima da meta, de 4,5%. Não há dúvida de que os bancos vão repassar esse aumento", analisou.
A instabilidade do câmbio deve pesar no crescimento da inflação, afirmou Oliveira. "Os produtos importados ficarão mais caros", disse. "São fatores que apontam para uma alta da inadimplência no primeiro trimestre", acrescentou Marianne Hanson. "Os reajustes que a economia deve sofrer nos próximos meses vão ter impacto. Além disso, esse é um período do ano em que as famílias têm gastos com IPVA, IPTU e matrículas escolares dos filhos", lembrou.
RODOLFO COSTA Correio Braziliense
Apesar dos números não serem favoráveis, a CNC avalia como positiva a redução do percentual de famílias sem condições de pagar as dívidas em atraso. Em 2013, o índice de inadimplentes foi de 6,9%, contra 8,8% registrado no início da série dos indicadores, em 2010. Os dados acompanham a elevação do prazo médio de comprometimento com a dívida, que subiu de 6,53 meses para 6,74 meses.
Dessa forma, a parcela média da renda comprometida com dívidas caiu de 30% para 29,4%. "Os prazos mais longos de crédito permitiram ao consumidor acomodar os débitos no orçamento, sem necessariamente sacrificar ainda mais a renda", explicou Marianne. No entanto, ela fez um alerta: "Mesmo as famílias que não se sentem muito endividadas devem manter a cautela".
Acima da meta
Na avaliação do diretor executivo de Estudos Financeiros da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, o cenário vai piorar em 2014. Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, deve anunciar mais uma alta da Selic. "Mesmo com os juros elevados, fechamos 2013 com a inflação bem acima da meta, de 4,5%. Não há dúvida de que os bancos vão repassar esse aumento", analisou.
A instabilidade do câmbio deve pesar no crescimento da inflação, afirmou Oliveira. "Os produtos importados ficarão mais caros", disse. "São fatores que apontam para uma alta da inadimplência no primeiro trimestre", acrescentou Marianne Hanson. "Os reajustes que a economia deve sofrer nos próximos meses vão ter impacto. Além disso, esse é um período do ano em que as famílias têm gastos com IPVA, IPTU e matrículas escolares dos filhos", lembrou.
RODOLFO COSTA Correio Braziliense
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