"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

novembro 26, 2013

ONDE O pARTIDO tORPE PASSA, O RASTRO É DE TERRA ARRASADA. NÃO É SÓ INCOMPETÊNCIA É O JEITO PETRALHA DE "GUVERNÁ" : As dificuldades da Petrobras


O jornal Valor Econômico traz hoje uma matéria sobre o inferno astral da Petrobras – vale a pena ler mas é para assinantes. A companhia, em 2010, teve uma mega capitalização de R$ 120 bilhões, mas o que parecia ser o início de um período de sucesso e de folga de caixa para implementar o seu plano de investimento se transformou em um pesadelo para a companhia.

A Petrobras é a companhia mais inovadora da América Latina, tem mais de 3000 pesquisadores em um instituto voltado para inovação, o Cenpes, tem mais de meio século de apoio governamental e uma equipe técnica de primeira linha e ainda descobriu várias reservas novas nos últimos anos. Como uma empresa dessa pode estar passando por dificuldades? a resposta simples é má gestão. A empresa foi castigada nos últimos dez anos por um série de medidas populistas – congelamento do preço dos combustíveis, alguns investimentos questionados internamente pelos próprios técnicos da companhia, excessos da política de conteúdo nacional e até endividamento desnecessário. 
Explico esse último ponto.

Na época da capitalização, em 2010, a capitalização não envolveria nenhum endividamento adicional para a companhia: 
a Petrobras receberia a cessão onerosa (5 bilhões barris de petróleo que estão no findo do mar) e entregaria ao governo ações da empresa. 
Mas no país da “contabilidade criativa” o governo forçou a Petrobras aumentar em R$ 25 bilhões sua dívida junto ao BNDES para pagar à vista ao governo parte da cessão onerosa e ajudar o Tesouro a entregar a meta do primário, em 2010. Isso não ajudou em nada a Petrobras, mas ajudou ao Tesouro Nacional no seu esforço “Houdini” (grande mágico do passado).

A Petrobras é uma grande empresa desde que bem administrada. 
A empresa passar hoje pelas dificuldades que vem passando é um sinal claro de má administração no período recente. Isso quem fala não sou eu, são os analistas de bancos e consultorias que falam em “off”. Como fala a matéria de hoje do valor dos jornalistas Cláudia Schüffner e Fernando Torres:

“Uma observação dos indicadores da Petrobras nos últimos 19 anos mostra que a situação financeira da estatal atualmente se compara apenas com aquela vista no fim da década de 1990, quando o tamanho era metade do atual em termos de produção e a cotação do petróleo oscilava em média abaixo de US$ 20, ante os mais de US$ 100 atuais. Desde aquela época, a margem bruta da companhia não caía abaixo de 30% e nem a margem líquida se mostrava inferior a 10%, como ocorreu em 2012 e se repete até setembro de 2013 – mesmo com a adoção da contabilidade de hedge, que minimizou o impacto do câmbio na última linha do balanço…….Em termos de endividamento, a relação entre a dívida líquida e o patrimônio líquido da estatal, que atingiu 56,24% em setembro, também é a maior desde 1999…..”
Em resumo, apesar da megacapitalização de 2010, a Petrobras não tem folga para implementar o seu o plano de investimento e a correção dos preços passou a ser condição necessária para não piorar ainda mais a situação financeira da companhia. O que prejudicou a Petrobras foi o excesso de nacionalismo de algumas pessoas do governo, que são inclusive criticadas por outras pessoas do próprio governo. Ainda bem que os funcionários da Petrobras estão entre os mais competentes e qualificados do governo brasileiro, pois são eles que podem salvar a companhia.

Transcrito do original em : 

2 comentários:

To Fora disse...

Esta cia. nunca foi bem administrada.
Quando, por lei, a gasolina deveria ter 62 octanas, tinha só 52. E ninguém diz ou disse nada.
Quando gastava USS 3.00 para processar um barril, gritava aos quatro ventos que gastava USS10.00.
Por esta razão a gasolina deveria custar mais caro. E por aí vai.
Agora continua a palhaçada que o prolema é o preço dos combustíveis.
E tem gente que aca que todo mundo é idiota para comprar esta ideia.
O problema é e sempre foi, má gestão e roubalheira.

To Fora disse...

Uma outra coisa, vi gerente da Petrobras, andando com mala de USS 400,000.00. Da poupança não foi.