Participação nos lucros no setor extrativo faz folha subir 0,4%
A redução dos postos de trabalho na indústria em julho é mais um sinal de que o setor perde fôlego, movimento que se deve à alta do câmbio, à pressão inflacionária, à situação das famílias (endividamento, restrição ao crédito e comprometimento da renda), à elevação dos juros e às incertezas do cenário internacional.
Pelo terceiro mês consecutivo, houve corte de pessoal na indústria. A queda em julho foi de 0,2% frente ao mês anterior, acumulando nesses três meses perda de 0,7%, informou ontem o IBGE. Apesar de o número de postos na indústria ter diminuído, o valor da folha de pagamento real subiu 0,4% frente ao mês anterior, recuperando parte da queda de 1,4% observada em junho.
Segundo o IBGE, a alta de 8,7% na folha da indústria extrativa mineral, do setor de petróleo, influenciou o resultado geral.
O corte de vagas, na comparação com julho do ano passado, foi ainda maior:
0,8%, marcando o 22º resultado negativo consecutivo neste tipo de confronto e o mais intenso desde fevereiro (-1,2%).
No índice acumulado para os sete meses de 2013, o total do pessoal ocupado na indústria também diminuiu 0,8%. O índice acumulado nos últimos 12 meses, ao recuar 1,1% em julho de 2013, repetiu o resultado observado no mês anterior, mas apontou queda menos intensa do que as registradas em fevereiro (-1,5%), março (-1,4%), abril (-1,3%) e maio (-1,2%).
— É uma queda suave, mas, por ser a terceira seguida, ganha outros contornos — afirma Rodrigo Lobo, pesquisador do IBGE. — Este cenário de queda mais intensa reflete a produção industrial brasileira, que está oscilante.
REDUÇÃO EM 12 DE 14 LOCAIS
Com redução no contingente de trabalhadores em 12 dos 14 locais pesquisados, o principal impacto negativo ocorreu na região Nordeste (-4,3%), pressionado pelas taxas negativas em 12 dos 18 setores investigados.
Setorialmente, ainda no índice mensal, o pessoal ocupado assalariado recuou em 12 dos 18 ramos abrangidos pela pesquisa.
O número de horas pagas registrou queda de 0,3% em relação a junho. É a terceira taxa negativa consecutiva também, acumulando nesse
período perda de 1,5%.
Para Carlos Lima, economista-chefe da CMA, já era esperado que o "remédio amargo" (aumento da Selic) que o governo vem dando para conter a inflação resultaria, em algum momento, em desaceleração do mercado de trabalho:
— Com juros mais altos, fica mais caro o crédito, o que gera menor consumo, diminui a renda, derruba o lucro do empresário, reduz a confiança das empresas e afeta diretamente a oferta de emprego— afirma Lima. — Este encadeamento vem ocorrendo em todas as
esferas e, por fim, chegou na variável emprego — analisa.
Essa tem sido uma característica deste ano, uma forte volatilidade no resultado do setor ao longo do ano, quando o crescimento da produção de um período é praticamente devolvido no período seguinte. A produção industrial brasileira recuou 2% em julho, na comparação com junho, segundo a Pesquisa Industrial Mensal, também do IBGE,
divulgada na semana passada. No mês anterior, subira 2%.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) projeta para o ano alta de 2,6% do PIB industrial, número que pode ser rebaixado diante da forte volatilidade dos indicadores industriais e da dificuldade do setor em engrenar uma recuperação mais sólida.
Alvaro Gribel O Globo
A redução dos postos de trabalho na indústria em julho é mais um sinal de que o setor perde fôlego, movimento que se deve à alta do câmbio, à pressão inflacionária, à situação das famílias (endividamento, restrição ao crédito e comprometimento da renda), à elevação dos juros e às incertezas do cenário internacional.
Pelo terceiro mês consecutivo, houve corte de pessoal na indústria. A queda em julho foi de 0,2% frente ao mês anterior, acumulando nesses três meses perda de 0,7%, informou ontem o IBGE. Apesar de o número de postos na indústria ter diminuído, o valor da folha de pagamento real subiu 0,4% frente ao mês anterior, recuperando parte da queda de 1,4% observada em junho.
Segundo o IBGE, a alta de 8,7% na folha da indústria extrativa mineral, do setor de petróleo, influenciou o resultado geral.
O corte de vagas, na comparação com julho do ano passado, foi ainda maior:
0,8%, marcando o 22º resultado negativo consecutivo neste tipo de confronto e o mais intenso desde fevereiro (-1,2%).
No índice acumulado para os sete meses de 2013, o total do pessoal ocupado na indústria também diminuiu 0,8%. O índice acumulado nos últimos 12 meses, ao recuar 1,1% em julho de 2013, repetiu o resultado observado no mês anterior, mas apontou queda menos intensa do que as registradas em fevereiro (-1,5%), março (-1,4%), abril (-1,3%) e maio (-1,2%).
— É uma queda suave, mas, por ser a terceira seguida, ganha outros contornos — afirma Rodrigo Lobo, pesquisador do IBGE. — Este cenário de queda mais intensa reflete a produção industrial brasileira, que está oscilante.
REDUÇÃO EM 12 DE 14 LOCAIS
Com redução no contingente de trabalhadores em 12 dos 14 locais pesquisados, o principal impacto negativo ocorreu na região Nordeste (-4,3%), pressionado pelas taxas negativas em 12 dos 18 setores investigados.
Setorialmente, ainda no índice mensal, o pessoal ocupado assalariado recuou em 12 dos 18 ramos abrangidos pela pesquisa.
O número de horas pagas registrou queda de 0,3% em relação a junho. É a terceira taxa negativa consecutiva também, acumulando nesse
período perda de 1,5%.
Para Carlos Lima, economista-chefe da CMA, já era esperado que o "remédio amargo" (aumento da Selic) que o governo vem dando para conter a inflação resultaria, em algum momento, em desaceleração do mercado de trabalho:
— Com juros mais altos, fica mais caro o crédito, o que gera menor consumo, diminui a renda, derruba o lucro do empresário, reduz a confiança das empresas e afeta diretamente a oferta de emprego— afirma Lima. — Este encadeamento vem ocorrendo em todas as
esferas e, por fim, chegou na variável emprego — analisa.
Essa tem sido uma característica deste ano, uma forte volatilidade no resultado do setor ao longo do ano, quando o crescimento da produção de um período é praticamente devolvido no período seguinte. A produção industrial brasileira recuou 2% em julho, na comparação com junho, segundo a Pesquisa Industrial Mensal, também do IBGE,
divulgada na semana passada. No mês anterior, subira 2%.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) projeta para o ano alta de 2,6% do PIB industrial, número que pode ser rebaixado diante da forte volatilidade dos indicadores industriais e da dificuldade do setor em engrenar uma recuperação mais sólida.
Alvaro Gribel O Globo
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