"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

junho 28, 2013

"A gente não quer só comida". 'Inflação dói, machuca o combate à pobreza'


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Economista brasileiro afirma, antes de palestra na ACRJ, que manifestações em curso pelo país são "oportunidade de ouro" para melhorar o gasto público.

O BC elevou a expectativa de inflação para 6% este ano.
 Qual a consequência disso?

A gente aprendeu, e o povo sabe bem disso, que a inflação reduz o poder de compra das pessoas e aumenta a exclusão pela renda. 
A inflação dói, machuca o combate à pobreza.

Os mais pobres têm menos mecanismos à disposição para se defender da alta de preços. Por isso, temos que perseguir o centro da meta de inflação, de 4,5% ao ano. E quanto mais tempo a economia operar com inflação acima do centro da meta, mais custoso será trazê-la de volta ao centro.

Estamos num ciclo de alta dos juros. 
Isso será suficiente?

Faz todo sentido a resposta que o BC passou a dar quando a expectativa de reversão da inflação não se verificou. 
Mas isso demora a ter efeito e não está claro até onde vai o ajuste. 
A eficácia da política monetária depende, em grande medida, de sinais convergentes no lado fiscal também.

Como isso afeta o crescimento?

Sem fortalecer a credibilidade na luta contra a inflação ficará difícil recuperar a confiança dos investimentos privados. E o Brasil precisa desses investimentos para crescer mais, melhorar sua infraestrutura. 
Mesmo nos períodos de maior crescimento, os investimentos nunca superaram 20% do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos) brasileiro.

Como o Banco Mundial vê as manifestações pelo país?

A despeito de casos de vandalismo, a manifestação massiva mostra que a população tem consciência do que quer: 
melhor qualidade nos gastos e serviços públicos, contra a corrupção. 
É como a música dos Titãs:
"A gente não quer só comida".

É uma oportunidade de ouro para melhorar o gasto público.

bruno.villas@oglobo.com.br

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