"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

outubro 18, 2012

Quadrilhas em profusão

 

José Dirceu e outros 12 réus começaram a ser julgados ontem por formação de quadrilha. Já condenado por corrupção ativa, o chefe dos mensaleiros tem dito que não está preocupado com o desfecho do julgamento do mensalão no STF. 

Para ele, o que importa é ganhar eleições, em especial a de São Paulo - provavelmente para ter de onde continuar desviando dinheiro para financiar interesses partidários.  

Há quadrilhas em profusão agindo por aí pelo PT.

Até semana que vem, o Supremo concluirá o julgamento do mensalão, exceto, talvez, a definição das penas, que deve ficar para depois do segundo turno das eleições. Neste capítulo final, os ministros avaliam se existiu ou não um bando articulado com objetivo de desviar dinheiro público e corromper parlamentares no Congresso. 

O relator acha que sim.

"Há nos autos diversos elementos de convicção harmônicos entre si a indicar que José Dirceu, tal como sustentado pela acusação, comandava o núcleo político, que por sua vez orientava as ações do núcleo publicitário, o qual normalmente agia em concurso com o chamado núcleo financeiro", afirmou Joaquim Barbosa nas 30 primeiras páginas de seu voto - as 70 restantes serão lidas hoje.


Resumindo, funcionava assim: 
Dirceu mandava, Marcos Valério operava e o pessoal do Banco Rural soltava a grana que azeitava a engrenagem para lesar o Estado. 

Tratava-se, portanto, de uma "associação estável e organizada, formada pelos denunciados, que agiam com divisão de tarefas, visando à prática de delitos, como crimes contra a administração pública e o sistema financeiro nacional, além de lavagem de dinheiro", ainda de acordo com Barbosa.


Algumas das evidências mais gritantes de que a organização criminosa agia de forma articulada para assaltar o erário estão na participação direta de Marcos Valério em episódios que, por princípio, nada deveriam ter a ver com sua função de "publicitário" alheio ao governo: 
uma viagem à Europa para arrecadar dinheiro da Portugal Telecom e uma reunião com o comando do Banco Espírito Santo, esta comandada por Dirceu e ambas com a presença do operador do mensalão.

O julgamento do mensalão já dura dois meses e meio. Neste período, produziu decisões memoráveis, como a que condenou pelo crime de corrupção ativa a cúpula petista à época em que o partido ascendeu à presidência da República com Luiz Inácio Lula da Silva.

Também já restou evidenciado que o mensalão tratou-se de um esquema criminoso para desviar recursos públicos destinados à compra de apoio político no Congresso, assim como a existência de empréstimos fraudulentos e lavagem de dinheiro. 

"Tudo isso já passou da mera especulação para a concretude", como lembrou ontem o relator. 

Repisar as conclusões a que os ministros da mais alta corte de Justiça já chegaram até agora serve para se contrapor aos que, vira e mexe, agem como se o mensalão não tivesse existido e, muito menos, sido veementemente condenado. 

Não só houve o esquema corrupto, como seus principais artífices foram considerados culpados, mas ainda estão por aí mandando no PT e tentando fazer o partido vitorioso em várias prefeituras importantes do país.


O julgamento em Brasília não é a única instância em que o mensalão está sendo confirmado e exemplarmente punido. Anteontem, a 4ª Vara da Justiça Federal em Minas Gerais (condenou) José Genoino, Delúbio Soares e Marcos Valério a quatro anos de prisão por crime de falsidade ideológica, por considerar que os contratos de empréstimos feitos pelo BMG ao PT eram "instrumentos formais fictícios, ideologicamente falsos, cuja real intenção era dissimular o repasse de recursos".

O mau exemplo dos quadrilheiros da cúpula também acaba servindo de modelo a bagrinhos menores do PT, e mostra o quão deletéria é a inspiração que Lula, José
Dirceu e seus mensaleiros fornecem para a prática política. 
O Estado de S.Paulo informa hoje, por exemplo, que

a Polícia Federal em Marabá concluiu que os R$ 1,1 milhão apreendidos na véspera do primeiro turno em Parauapebas seriam usados para comprar votos para o candidato do PT à prefeitura do município.

Segundo o Código Penal, uma quadrilha é, por si só, uma ameaça à paz pública, independentemente de outros danos que possam causar os delitos por ela praticados. Um partido político que se organiza como quadrilha é uma afronta ainda maior aos interesses da sociedade.

Seja pelo julgamento no Supremo Tribunal Federal, seja por decisões de instâncias inferiores ou investigações policiais, tem-se claro que o Partido dos Trabalhadores se organiza como bando criminoso que usa as eleições como entrada para investir sobre os cofres públicos. 

Até por isso, o próximo dia 28 é excelente oportunidade para fechar a porta para esta gente.

Fonte: Instituto Teotônio Vilela
Quadrilhas em profusão

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