"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

outubro 30, 2012

ENQUANTO ISSO NO brasil maravilha dos FARSANTES... Setor público tem o menor superávit primário para o mês em três anos. Em setembro, resultado foi de R$ 1,591 bilhão, pior do que esperado pelo mercado


O setor público brasileiro registrou um superávit primário de R$ 1,59 bilhão em setembro, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central (BC) nesta terça-feira. A economia para o pagamento de juros da dívida foi a pior desde julho de 2010, quando o primário somou R$ 1,53 bilhão. Também foi o menor resultado desde setembro de 2009, quando o setor público registrou déficit de R$ 5,41 bilhões.

No acumulado de janeiro a setembro deste ano, o saldo acumulado é de R$ 75,81 bilhões, ante R$ 104,6 bilhões no mesmo período de 2011.

Na prática, isso significa que, para alcançar a meta de superávit primário estabelecida para o ano de R$ 139,8 bilhões ou 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB) , o governo teria de economizar R$ 64 bilhões em outubro, novembro e dezembro. Isso significa pelo menos R$ 21,3 bilhões três vezes seguidas.

Diante do desempenho, o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, admitiu que a meta fiscal cheia, isto é, sem abatimentos dos gastos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), não deverá ser atingida este ano.

Esperamos um resultado favorável no último trimestre. O BC trabalha com cumprimento da meta considerando a possibilidade de abatimento do PAC afirmou Maciel.

Ele ressaltou, no entanto, que, para 2013, o cenário é de recuperação da economia e que o setor público deve cumprir a meta cheia.

Nesta segunda-feira, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, já havia antecipado que estados e municípios não alcançariam seus objetivos, mas havia mantido a previsão de que o governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência) atingiria a marca. A projeção foi reforçada pelo chefe do Departamento Econômico do BC.

A arrecadação dos estados e municípios é ainda mais sensível porque suas fontes de receita têm elasticidade maior à atividade econômica - observou Maciel.

Ele considerou que os dados refletem a evolução da economia ao longo do ano, com moderação de atividade, o crescimento do PIB foi revisado, e medidas de desoneração visando a atenuar esse movimento.

Os impactos da crise internacional sobre a economia brasileira se mostraram mais intensos do que o antecipado e, com isso, tivemos uma moderação significativa da atividade econômica, que mostra reversão no terceiro trimestre - afirmou.

De acordo com Maciel, o resultado também foi impactado pelas desonerações anunciadas pelo governo nos últimos meses, como o alívio na folha de pagamentos e a redução da Cide-combustíveis, do IPI e do IOF, além do aumento nos investimentos no país.


Dívida pública

Segundo os dados do Banco Central, a apropriação de juros sobre a dívida pública chegou a R$ 161,4 bilhões no acumulado de janeiro a setembro, o que significa 4,96% do PIB. No mesmo período de 2011, esse montante chegou a R$ 177,5 bilhões ou 5,81% do PIB. A redução foi influenciada pela trajetória de queda da taxa Selic e pela menor variação do índice que mede a inflação, o IPCA.

A expectativa é que a despesa com juros chegue a 4,7% do PIB no fechamento do ano, contra 5,7% no ano passado afirmou.

A dívida líquida do setor público, por sua vez, chegou a R$ 1,53 trilhão ou 35,3% do PIB em setembro. Em agosto, ela estava em R$ 1,52 trilhão. Já a dívida bruta alcançou R$ 2,54 trilhões ou 58,5% do PIB - em agosto, o índice era de 57,7% do PIB.

A alta deve-se à liberação de compulsório e à emissão de títulos. A projeção para outubro é de dívida líquida de 35,1% e bruta de 58,3% disse o chefe do departamento.


O Globo

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