"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

julho 30, 2012

EM REPÚBLICA TORPE... ÓCIO REMUNERADO ! ‘O trabalho do ministro do Trabalho’,O COÇA SACO !

Carlos Daudt Brizola, para a surpresa de muitos, é o ministro do Trabalho. Sua passagem pelo ministério ─ hoje sem a mínima importância, ficou seis meses sem titular e ninguém notou ─ é a de um adepto radical de Paul Lafargue, o autor do clássico “O Direito à Preguiça”.

Tomou posse no dia 3 de maio, quinta-feira.

No dia seguinte teve um compromisso, às 10h.

Reapareceu após quatro dias.
Mas, de acordo com sua agenda oficial, seu expediente foi restrito:
duas atividades pela manhã, não mais que duas horas.

No dia 9, compareceu ao ministério, outra vez só pela manhã, para uma palestra.

Na quinta, não mudou a rotina:
um compromisso.

No dia posterior, mais ociosidade:
uma atividade, no final da tarde.

Em seguida, três dias de folga.
Reapareceu no dia 15, uma terça, para um evento às 10h30.
Mais nada.

O mais bizarro é que o ministro desapareceu um mês ─ um mês!
Será que quis gozar das férias?
Já?

Só voltou no dia 14 de junho.
Estava na Suíça, que ninguém é de ferro.

Aí, como um homem de hábitos arraigados, tirou mais quatro dias de descanso.

Em 19 de junho, uma terça, Daudt Brizola resolveu compensar a ociosidade.
Marcou três audiências:
das 15 às 18 horas, trabalhando três horas.

Na quarta foi assistir a Rio+20.

Na quinta, folga.

Na sexta participou de um evento, pela manhã, no Rio, onde mora.

Pesquisando sua agenda, achei que ele finalmente iria assumir o trabalho no ministério do Trabalho. Sou um ingênuo.
Submergiu mais cinco dias.
Ressurgiu no dia 27.

E aí, workaholic, trabalhou três horas pela manhã, duas e meia à tarde.

No dia posterior, repetiu a dose.

Na sexta-feira, veio a São Paulo e em seis horas visitou quatro centrais sindicais.

Em junho, trabalhou oito dias.
Só em um deles a jornada se aproximou das oito horas diárias.

Em julho, Daudt Brizola só começou trabalhar na terça-feira:
ele não gosta das segundas-feiras.
Mas nada muito estafante:
90 minutos pela manhã, começando às 10h.
À tarde, a mesma jornada, a partir das 16h.

Na quarta, cinco horas.

Na quinta, descansou pela manhã, almoçou tranquilo e só começou seu expediente às 14h30.
Foi embora três horas depois.

Na sexta, só compareceu ao ministério à tarde, por 60 minutos.
Às 15h, estava liberado.
Afinal, tem o happy hour.

Na segunda semana de julho, como um Stakhanov, resolveu ser um herói do trabalho.

Registrou atividades de segunda a sexta.
Claro que com o espírito macunaímico:
em dois dias só teve um compromisso.

Parecia, apenas parecia, que finalmente o ministro do Trabalho iria trabalhar.
Mais uma vez acabei me equivocando.
Como de hábito, deixou a segunda de lado.

Só apareceu na terça, à tarde, reservando 60 minutos para a labuta.

Na quarta, mais três horas de expediente.

No dia seguinte, o ministro sumiu.

Só voltou seis dias depois, e somente à tarde.
E voltou a se evadir do dia 25 ─ é devoto de São Cristovão?

Paro por aqui.
Não vale a pena cansar o leitor da Folha com as ausências ao trabalho do ministro.
Será que a presidente não tem conhecimento do absenteísmo do ministro?
Com tanta greve, o que ele fez?

E o que diria Leonel Brizola ─ que trabalhou e estudou com enorme dificuldade, se formou engenheiro em um curso noturno, quando era deputado estadual ─ vendo um neto tão pouco afeito ao labor?

Em tempo: Brizola Neto é o irmão, não ele.

MARCO ANTONIO VILLA

Um comentário:

Anônimo disse...

Essa é maneira petista de trabalhar: fazer nada, férias, ótimo salário.