O ministro Brizola Neto anunciou ainda que, em virtude das denúncias, a partir de agora, haverá a divulgação de todas as atas das reuniões dos conselhos do FGTS. O problema foi detectado após investigação da Controladoria-Geral da União (CGU).
A sindicância, que deve ser aberta hoje, terá um prazo de 30 dias para ser concluída, com possibilidade de prorrogação por igual período.
"As possíveis irregularidades precisam ser apontadas na nossa sindicância interna e, se for constatado prejuízo aos recursos dos trabalhadores, sem dúvida serão tomadas as medidas para ressarcir esses valores", assegurou Brizola Neto.
O relatório da CGU apontou os nomes da funcionária da Caixa Marcelita Marques Marinho, do integrante do conselho curador do FGTS e economista-chefe do Sindicato das Imobiliárias (Secovi-SP), Celso Petrucci, e de André Luiz de Souza, membro do Grupo de Apoio Permanente do conselho curador do FGTS e do comitê de investimento do FI-FGTS.
As informações da CGU são de que os três foram sócios ou dirigentes da Sscore, empresa que prestou serviços para seis das sete emissões de debêntures de incorporadoras compradas pelo FGTS entre 2009 e 2010.
O ministro do trabalho, Brizola Neto, afirmou também que pretende chamar representantes da Caixa para tratar sobre a melhor forma de lidar com as irregularidades apontadas pela CGU, mas ressaltou ter considerado corretas as medidas adotadas até agora, que culminaram no afastamento dos envolvidos.
"As providências (que envolvem a participação no FGTS) da Caixa têm que ser tomadas pela Caixa. Mas a gente pode questionar as dificuldades que a Caixa está criando para a gestão do fundo. E aí cabe, inclusive, ao próprio conselho.
Por isso existe uma nova reunião extraordinária que deve ser convocada pelo conselho o quanto antes", declarou Brizola Neto. O ministro explicou que a ideia é que, nessa nova reunião, sejam revisadas as políticas que têm trazido um baixo rendimento às transações do FGTS.
Os problemas na administração dos recursos do FGTS causaram indignação entre as entidades representantes dos trabalhadores. Ontem, a Força Sindical pediu ao Ministério do Trabalho para que sejam tomadas providências urgentes pela apuração das irregularidades.
Já o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, protocolou requerimento na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados, para convocação do presidente da Caixa, Jorge Hereda, a fim de prestar esclarecimentos sobre o conflito de interesses na gestão dos recursos públicos e privados.
A central sindical também pediu ao Ministério Público que investigue e apure com rigor as denúncias apresentadas pelo relatório da CGU.
GUSTAVO HENRIQUE BRAGA Correio Braziliense
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