A inadimplência do consumidor brasileiro cresceu 21,5% em 2011 na comparação com o ano anterior, informou nesta terça-feira, 10, a Serasa Experian.
Esse é o maior nível de aumento desde 2002, quando o Indicador de Inadimplência do Consumidor cresceu 24,7% em relação a 2001.
Na comparação de dezembro com o mesmo mês de 2010, a alta da inadimplência foi de 13,1%. Ante novembro do ano passado, o indicador apresentou queda de 2,5%.
Em nota divulgada à imprensa, a Serasa Experian atribui a ampliação da inadimplência em 2011 ao aumento da inflação, que reduziu o rendimento do trabalhador, e aos juros elevados mantidos durante a maior parte do ano passado e que reduziram a capacidade de pagamento das dívidas pelo consumidor.
"Cabe destacar que o acúmulo de dívidas, de médio e longo prazos, vem desde 2010, ano em que as condições de crédito e do orçamento do consumidor foram mais favoráveis do que em 2011", afirma a entidade.
No resultado de dezembro ante novembro, a maior contribuição para a queda de 2,5% veio das dívidas com bancos, que caíram 2% - esse tipo de dívida corresponde a 49,3% do peso do indicador. O valor médio das dívidas com bancos nos 12 meses de 2011 foi de R$ 1.302,12, redução de 0,7% ante o mesmo período de 2010.
A maior queda em dezembro ante novembro foi verificada nos protestos, que encolheram 11,5%. O valor médio dos títulos protestados, no entanto, cresceu 16% em 2011 na comparação com 2010 e atingiu o valor de R$ 1.372,86.
O valor médio das dívidas não bancárias (cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços) em 2011 ficou em R$ 320,63, queda de 17,3% na comparação com 2010. Os cheques sem fundo, por sua vez, apresentaram aumento de 8,4% sobre 2010, atingindo o valor médio de R$ 1.359,19. Na comparação de dezembro ante novembro, dívidas não bancárias e cheques sem fundo tiveram queda de, respectivamente, 1,2% e 8,3%.
Crescimento
O assessor econômico da Serasa Experian Carlos Henrique de Almeida diz que "há grandes chances" de a inadimplência do consumidor brasileiro manter a trajetória de crescimento nos três primeiros meses deste ano.
De acordo com ele, existe um movimento natural de aumento da inadimplência no primeiro trimestre de cada ano, embora essa sazonalidade não tenha se manifestado em 2010.
"O ano de 2010 foi muito bom, mas agora há grandes chances de 2012, assim como 2011, cumprir essa sazonalidade", afirmou Almeida.
O economista também lembra que neste ano o mês de fevereiro terá um dia a mais, o que deve contribuir para o avanço do índice no primeiro trimestre. "É um dia a mais de registro de inadimplência, o que dá uma certa contribuição", afirma.
Segundo o Almeida, assim como ocorreu em 2010, a busca do consumidor por crédito continuou aquecida no ano passado, mas a inflação alta e a manutenção dos juros em níveis elevados criaram dificuldades para o brasileiro arcar com suas dívidas.
"O crédito continuou em alta em 2011, mas no balanço do ano o consumidor acabou tendo dificuldades", afirmou.
Wladimir D'Andrade, da Agência Estado
Um comentário:
Pode ser (pode ser, porque talvez nem seja!!!) que agora os alucinados adoradores de L.I. comecem a perceber em que vida eles estão. Ainda mais com um ex-presidente alucinado que jurava de pé juntinho que a crise jamais chegaria aqui. Pior é ele convencer que o problema é.... a ""falta que ele faz ao povo"".
Um abração, Ju
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