Ministérios deveriam existir para bem servir a população que paga os impostos que os sustentam. Na forma petista de governar, porém, as 38 pastas existentes e seus ocupantes-mor se prestam a tudo menos produzir bem-estar para o público.
Para ficar apenas em dois exemplos, o que justifica a manutenção de gente como Carlos Lupi e Mário Negromonte na equipe ministerial?
Há um mês sob denúncias pesadas de corrupção e irregularidades, o ministro do Trabalho transformou-se num ectoplasma vagando pela Esplanada. Sua pasta está envolta em suspeita de favorecimentos, desvios de verbas públicas e irregularidades - muitas delas geradas pela disputa de facções sindicais pelo polpudo imposto sindical.
Mas Lupi não é apenas um fantasma retórico.
Soube-se pela edição da Folha de S.Paulo de sábado que também foi, por seis anos, funcionário com carteira assinada da Câmara dos Deputados sem nunca dar expediente.
E era muito bem remunerado:
nesse período, ele embolsou R$ 864 mil, em valores de hoje.
O agora ministro esteve lotado na Liderança do PDT na Câmara.
Lá, entre 2000 e 2006, recebia, como assessor técnico, o maior salário pago pela instituição:
R$ 12 mil. Mas desenvolvia apenas atividades partidárias.
Numa parte do tempo, 2004 a 2006, Lupi também acumulou a função de funcionário fantasma com a presidência do PDT.
Os funcionários do partido em Brasília, que pediram para não ser identificados, confirmaram que Lupi não aparecia no gabinete da Câmara e se dedicava exclusivamente a tarefas partidárias", informou o jornal.
Se o que estivesse em jogo fosse a lisura e o compromisso com a coisa pública, Dilma Rousseff já teria razões de sobra para tirar Lupi da sua equipe. Mas ela prefere alimentar uma guerrinha miúda com a imprensa - a quem acusa de estar tentando emparedar seu governo, que já perdeu cinco ministros por envolvimento em corrupção - a limpar a área.
A presidente também tem motivos de sobra para defenestrar outro integrante do seu time. Mário Negromonte faz tudo no Ministério das Cidades, principalmente mágicas em documentos oficiais.
Só não faz o que se espera de sua pasta, ou seja, melhorar as condições de saneamento, mobilidade urbana, habitação etc do país.
Na semana passada, O Estado de S.Paulo mostrou que uma fraude num documento elevou em R$ 700 milhões os custos de uma obra de mobilidade urbana em Cuiabá. Trocou-se um corredor de ônibus orçado em R$ 489 milhões por um veículo leve sobre trilhos de R$ 1,2 bilhão.
A mudança foi feita contrariando pareceres e a boa norma técnica.
O que aconteceu na obra mato-grossense é apenas uma amostra do que está ocorrendo em geral com os empreendimentos associados à realização da Copa de 2014.
Estádios e intervenções urbanas em outras cinco capitais já ficaram pelo menos R$ 2 bilhões mais caras, mostra hoje o Estadão.
Além de Cuiabá, houve aumento de preço nas obras de mobilidade urbana em outras cinco cidades:
Belo Horizonte,
Manaus,
Porto Alegre,
Recife e Rio de Janeiro.
Os aumentos variam de 20% a 164%.
Elas têm lá também seu componente fantasmagórico:
orça-se o que viu e paga-se (muito mais) pelo que não se vê.
O tamanho do descalabro com o dinheiro público aplicado com vias à Copa pode ser aferido em reportagem que o Valor Econômico publica hoje:
"Arenas da Copa vão demorar até 198 anos para pagar custo".
As arenas esportivas que estão sendo construídas para a Copa do Mundo nas 12 cidades-sede demorarão de 11 a 198 anos para se pagar, levando em conta o nível atual de rentabilidade dos estádios nos locais onde estão sendo erguidas.
Também custarão mais que as estruturas construídas para as últimas duas edições da Copa, na Alemanha e na África do Sul.
As 12 arenas, somadas, estão orçadas em R$ 6,71 bilhões. O gasto é 32% maior do que foi dispendido pela África do Sul na última edição do torneio, e 46% maior do que o gasto pela Alemanha em 2006.
O montante, no entanto, pode aumentar.
Estimativas do próprio governo apontam que os gastos devem chegar a R$ 7 bilhões", informa o jornal.
Irregularidades, como aquelas em que Carlos Lupi está metido, ou excrescências como as que estão sendo descobertas no ministério de Mário Negromonte deveriam ser ceifadas de imediato.
Mas combater o mal não parece ser prioridade para o governo Dilma, que prefere esperar uma "reforma ministerial" que, pelo jeito, só servirá para manter tudo como está.
Ministros e obras fantasmas.
Fonte: Instituto Teotônio Vilela
Para ficar apenas em dois exemplos, o que justifica a manutenção de gente como Carlos Lupi e Mário Negromonte na equipe ministerial?
Há um mês sob denúncias pesadas de corrupção e irregularidades, o ministro do Trabalho transformou-se num ectoplasma vagando pela Esplanada. Sua pasta está envolta em suspeita de favorecimentos, desvios de verbas públicas e irregularidades - muitas delas geradas pela disputa de facções sindicais pelo polpudo imposto sindical.
Mas Lupi não é apenas um fantasma retórico.
Soube-se pela edição da Folha de S.Paulo de sábado que também foi, por seis anos, funcionário com carteira assinada da Câmara dos Deputados sem nunca dar expediente.
E era muito bem remunerado:
nesse período, ele embolsou R$ 864 mil, em valores de hoje.
O agora ministro esteve lotado na Liderança do PDT na Câmara.
Lá, entre 2000 e 2006, recebia, como assessor técnico, o maior salário pago pela instituição:
R$ 12 mil. Mas desenvolvia apenas atividades partidárias.
Numa parte do tempo, 2004 a 2006, Lupi também acumulou a função de funcionário fantasma com a presidência do PDT.
Os funcionários do partido em Brasília, que pediram para não ser identificados, confirmaram que Lupi não aparecia no gabinete da Câmara e se dedicava exclusivamente a tarefas partidárias", informou o jornal.
Se o que estivesse em jogo fosse a lisura e o compromisso com a coisa pública, Dilma Rousseff já teria razões de sobra para tirar Lupi da sua equipe. Mas ela prefere alimentar uma guerrinha miúda com a imprensa - a quem acusa de estar tentando emparedar seu governo, que já perdeu cinco ministros por envolvimento em corrupção - a limpar a área.
A presidente também tem motivos de sobra para defenestrar outro integrante do seu time. Mário Negromonte faz tudo no Ministério das Cidades, principalmente mágicas em documentos oficiais.
Só não faz o que se espera de sua pasta, ou seja, melhorar as condições de saneamento, mobilidade urbana, habitação etc do país.
Na semana passada, O Estado de S.Paulo mostrou que uma fraude num documento elevou em R$ 700 milhões os custos de uma obra de mobilidade urbana em Cuiabá. Trocou-se um corredor de ônibus orçado em R$ 489 milhões por um veículo leve sobre trilhos de R$ 1,2 bilhão.
A mudança foi feita contrariando pareceres e a boa norma técnica.
O que aconteceu na obra mato-grossense é apenas uma amostra do que está ocorrendo em geral com os empreendimentos associados à realização da Copa de 2014.
Estádios e intervenções urbanas em outras cinco capitais já ficaram pelo menos R$ 2 bilhões mais caras, mostra hoje o Estadão.
Além de Cuiabá, houve aumento de preço nas obras de mobilidade urbana em outras cinco cidades:
Belo Horizonte,
Manaus,
Porto Alegre,
Recife e Rio de Janeiro.
Os aumentos variam de 20% a 164%.
Elas têm lá também seu componente fantasmagórico:
orça-se o que viu e paga-se (muito mais) pelo que não se vê.
O tamanho do descalabro com o dinheiro público aplicado com vias à Copa pode ser aferido em reportagem que o Valor Econômico publica hoje:
"Arenas da Copa vão demorar até 198 anos para pagar custo".
As arenas esportivas que estão sendo construídas para a Copa do Mundo nas 12 cidades-sede demorarão de 11 a 198 anos para se pagar, levando em conta o nível atual de rentabilidade dos estádios nos locais onde estão sendo erguidas.
Também custarão mais que as estruturas construídas para as últimas duas edições da Copa, na Alemanha e na África do Sul.
As 12 arenas, somadas, estão orçadas em R$ 6,71 bilhões. O gasto é 32% maior do que foi dispendido pela África do Sul na última edição do torneio, e 46% maior do que o gasto pela Alemanha em 2006.
O montante, no entanto, pode aumentar.
Estimativas do próprio governo apontam que os gastos devem chegar a R$ 7 bilhões", informa o jornal.
Irregularidades, como aquelas em que Carlos Lupi está metido, ou excrescências como as que estão sendo descobertas no ministério de Mário Negromonte deveriam ser ceifadas de imediato.
Mas combater o mal não parece ser prioridade para o governo Dilma, que prefere esperar uma "reforma ministerial" que, pelo jeito, só servirá para manter tudo como está.
Ministros e obras fantasmas.
Fonte: Instituto Teotônio Vilela
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