"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

junho 03, 2011

FRENÉTICA E EXTRAORDINÁRIA : PREVISÃO DO PIB ESTE ANO JÁ ESTÁ ABAIXO DE 4%.

Analistas esperam crescimento de 1% a 1,5% de janeiro a março e ritmo menor a partir do segundo trimestre

O primeiro trimestre do ano ainda foi de economia muito aquecida, de acordo com as previsões de analistas para o o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país), que será divulgado hoje pelo IBGE.

A taxa esperada está entre 1% e 1,5% frente aos últimos três meses de 2010, num ritmo mais forte do que vinha sendo observado.
No último trimestre do ano passado, a expansão se limitara a 0,7%.

Na comparação entre o primeiro trimestre de 2010 e o de 2011, espera-se alta em torno de 4%. Nas previsões para o fechamento do ano, porém, a aposta na desaceleração fica bem clara, com os analistas prevendo, em alguns casos, taxas abaixo de 4%.

A LCA Consultores aposta em 3,4% de crescimento para 2011, menos da metade dos 7,5% de 2010, a maior expansão desde 1986, auge do Plano Cruzado.
O anúncio da produção industrial de abril, este semana, contribuiu para a revisão das expectativas.

A alta de juros, as medidas para conter o crédito que ainda estão em curso, como o aumento do pagamento mínimo do cartão de crédito de 10% para 15%, são as explicações dos analistas para prever avanço menor este ano:
- O custo do crédito está subindo, o governo está fazendo cortes, a renda vem sendo corroída pela inflação, a confiança do consumidor e do empresário já está caindo, a geração de emprego está perdendo força. De onde virá mais crescimento com esse cenário? - pergunta-se Francisco Pessoa Faria, economista da LCA Consultores.

A consultoria projetara 4% de expansão no início do ano, depois baixou para 3,6% e, há dois meses, refez as contas e reduziu o número para 3,4%.

Na opinião de Álvaro Bandeira, sócio diretor da Ativa Corretora, a desaceleração somente deve aparecer nos números do segundo semestre. Pelas previsões da corretora, o segundo trimestre ainda vem forte, com alta de 1,3% frente ao início do ano, mas cai para 0,6% no período de julho a setembro.

O resultado da produção industrial de abril, com queda de 2%, ajudou a reduzir as expectativas:
- Alta de juros e contenção de gastos do governo aparecerão com mais força. Vamos rever nosso número do ano de 4,2% para algo entre 3,8% e 4%.

Investimento e consumo lideram crescimento

O perfil da expansão da economia permanecerá o mesmo dos últimos trimestres. Investimento e consumo das famílias crescendo mais. Para a formação bruta de capital fixo (denominação dada nas contas nacionais ao investimento), espera-se alta superior a 10% frente ao primeiro trimestre de 2010.

O HSBC, por exemplo, projeta alta de 15%:
- A demanda está forte, o que se reflete no investimento e consumo das famílias, que deve crescer 6% frente ao primeiro trimestre de 2010 - afirmou Constantin Jancsó, economista-sênior do HSBC Bank Brasil.

Cássia Almeida O Globo

03/06/2011 09:30 Atualização: 03/06/2011 09:54

Rio de Janeiro -
O Brasil cresceu oficialmente 1,3% no primeiro trimestre do ano comparado ao último de 2010, uma expansão ligeiramente superior às apostas do mercado financeiro (1,2%). Frente a igual período do ano anterior, o avanço foi de 4,2%.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas do país) neste início de ano foi puxado principalmente por agropecuária, que registrou taxa de crescimento de 3,3% Em valores correntes, o PIB alcançou R$ 939,6 bilhões.

Ainda na comparação trimestral, os investimentos se destacaram ao registrar um incremento de 1,2%. Os gastos do governo também continuaram a crescer e avançaram 0,8%. O consumo das famílias se expandiu 0,6%.

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