"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

maio 26, 2011

GOVERNO CENTRAL : RESTOS A PAGAR GARANTE SUPERÁVIT.

O governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social) registrou um superávit primário de R$ 15,588 bilhões em abril, segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 26, pelo Tesouro. O resultado ficou dentro do esperado pelos analistas, que previam um superávit primário entre R$ 12,450 bilhões e R$ 22,800 bilhões. A mediana das previsões apontava superávit de R$ 17 bilhões.

O superávit primário representa a economia para o pagamento dos juros da dívida pública. Segundo o Tesouro, o resultado do mês passado decorre de um superávit de R$ 21,370 bilhões do Tesouro Nacional e de déficits de R$ 5,729 bilhões na Previdência Social e de R$ 52 milhões no Banco Central.

No acumulado do ano até abril, o superávit do governo central soma R$ 41,479 bilhões, o que equivale a 3,29% do Produto Interno Bruto (PIB). No mesmo período de 2010, o governo central havia atingido um saldo positivo de R$ 24,733 bilhões (2,20% do PIB).

Restos a pagar

Apesar da reiterada promessa da equipe econômica de que os investimentos iriam ser mantidos, sendo poupados dos cortes Orçamentários no ajuste fiscal deste ano, a execução dos investimentos previstos no Orçamento de 2011 tem sido freada.

Dos R$ 13,381 bilhões em pagamentos referentes a investimentos realizados pelo governo central até abril deste ano, apenas R$ 685,808 milhões se referem a despesas do Orçamento de 2011.
Os R$ 12,695 bilhões restantes são de restos a pagar de anos anteriores.

Na prática, isso significa que o governo tem desembolsado recursos apenas para investimentos empenhados em outros anos, segurando os recursos do Orçamento de 2011 para fazer superávit.

Por isso, o ritmo de expansão dos investimentos vem caindo mês a mês, chegando a apenas 5% no primeiro quadrimestre do ano, comparado ao mesmo período do ano passado.

Em janeiro, essa expansão era de 85%, caindo para 25% no acumulado até fevereiro e para 9% até março.

Renata Veríssimo e Eduardo Rodrigues/Agência Estado

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