Um estudo feito pela LCA Consultores revela que, hoje, os papéis da estatal respondem apenas por cerca de 130 dos 68 mil pontos do Ibovespa. Já as ações da Vale, que também possuem uma grande participação no índice (14%), são responsáveis por cerca de 5.200 pontos no desempenho do indicador. Isso significa que, sem as ações da mineradora, o Ibovespa estaria abaixo dos 63 mil pontos, um comportamento bem diferente do atual.
A perda de importância da Petrobras pode ser percebida no dia a dia do pregão. As ações da estatal já não ditam mais o destino da bolsa. Em dias em que esses papéis caem, por exemplo, é possível ver o Ibovespa fechar em alta, algo que raramente ocorria há dois ou três anos. Em contrapartida, o mercado geralmente vai para o mesmo lado dos papéis da Vale.
A situação já foi bem diferente.
Tanto as ações da Petrobras quanto as da Vale eram responsáveis por uma boa fatia do sobe ou desce do Ibovespa. Segundo o levantamento da LCA, desde 2002, os papéis da Vale respondem, em média, por 2 mil pontos e os da Petrobras por cerca de 1.280 pontos. Em maio de 2008, quando o Ibovespa atingiu a sua máxima histórica, a Petrobras chegou a representar 7 mil dos 73.500 pontos.
Segundo o economista da LCA Flávio Samara, responsável pelo estudo, as ações da petrolífera perderam importância, punidas pelo mercado, principalmente por conta da operação de capitalização anunciada no segundo semestre de 2009.
Samara lembra que, em outubro do ano passado, no ápice desse processo de incertezas com relação à capitalização, os papéis da estatal chegaram a ter uma influência negativa de 2 mil pontos sobre o índice, ou seja, só eles contribuíam para uma queda de 2 mil pontos do indicador. Já as ações da Vale, segundo o economista, desde 2002, nunca chegaram a ter um peso negativo no comportamento do Ibovespa.
Daniele Camba Valor Econômico
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