"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

novembro 14, 2010

ESTAMOS VIVOS! E DE VOLTA !




CALADO FICAMOS POR 11DIAS APÓS O DESASTRE DE 31 DE OUTUBRO. CABE-NOS AOS BONS BRASILEIROS PEDIR AO BOM DEUS QUE AJUDE AO BRASIL E AO SEU POVO.

VAMOS ASSISTIR A IMPLANTAÇÃO DO PNDH – 3. A FOLHA DE SP DE 1º DE NOV. 2010 JÁ PUBLICA A DECLARAÇÃO DO MINISTRO FRANKLIN MARTINS QUE LEVARÁ À FRENTE A REGULAMENTAÇÃO DA MÍDIA.

VAMOS RIR QUANDO TIVERMOS OS REPRESENTANTES DO SINDICATO DENTRO DA EMPRESAS DE COMUNICAÇÃO.

SERÁ A PRIMEIRA VITÓRIA, ANTES QUE A PRESIDENTA ASSUMA E NÃO FIQUE DESGASTADA.

ESTAMOS REPASSANDO O ARTIGO DO JORNALISTA PORTUGUÊS QUE ESPLEHA A VERDADE BRASILEIRA.
GRUPO GUARARAPES

João Pereira Coutinho
Os heróicos 3%

Passei meus últimos dias com a cabeça mergulhada no Brasil. As eleições, sim, as eleições: na TV ou nos jornais portugueses, a minha tarefa era explicar aos patrícios o que sucedia desse lado do Atlântico.

Li muito. Escutei bastante. Perguntei idem.

Mas de tudo que li, escutei ou aprendi, nada me perturbou tanto como saber que Lula deixa o Palácio do Planalto com 82% de aprovação popular.

Minto: o que me impressiona não são os 82%; o que me impressiona são os 3% de brasileiros que desaprovam o governo Lula e que não embarcam no entusiasmo geral.

Como são solitários esses 3%!
E como são heroicos!

É preciso coragem, e uma dose invulgar de realismo e sensatez, para não ser atropelado pela multidão desgovernada.
Quem serão esses 3%?
Gostaria de os conhecer, de os convidar para minha casa, de beber com eles à liberdade e à democracia.

Vou repetir, quase com lágrimas nos olhos: 3%!
Não nego:
Lula teve méritos econômicos evidentes.

Arrancar 20 milhões da pobreza não é tarefa insignificante; e ter um país com crescimentos anuais de 6% ou 7%, enfim, uma miragem para quem vive na Europa.

Se o Banco Mundial acredita que o Brasil será a 5ª economia do mundo no espaço de uma geração (obrigado, "The Economist"), Lula teve um papel nesse caminho.

Mesmo que o caminho tenha sido preparado por Fernando Henrique Cardoso.

Mas quando penso nos solitários 3% que desaprovam Lula; quando penso nessa gente residual, marginal, divinal, penso em todos os casos de corrupção que abalaram os governos petistas e que seriam intoleráveis em qualquer país civilizado do mundo.

Penso nos ataques e nos insultos que Lula desferiu contra a imprensa mais crítica.

Penso na forma como Lula usou o seu cargo para, violando todas as leis eleitorais (e do mero decoro democrático), eleger Dilma Rousseff.
E penso, claro, na política externa de Lula.

Sou um realista. Países democráticos não lidam apenas com democracias; por vezes, nossos interesses estratégicos ou econômicos exigem que sujemos as mãos com autocracias, teocracias, ditaduras e aberrações políticas.

Mas devemos fazer isso com decoro; envergonhados; como um cavalheiro que frequenta o bordel e não faz publicidade de seus atos.

Os 3% que desaprovam Lula, aposto, desaprovam a forma indigna como ele elegeu Ahmadinejad seu amigo; como manteve relações amistosas com Chávez; como foi displicente perante os presos políticos cubanos.

Acompanhei as eleições brasileiras.
Comentei-as. Escrevi a respeito.

Mas, nessa hora em que Lula sai para Dilma entrar, os meus únicos pensamentos estão com os 3% que não perderam a cabeça e mantiveram-se à tona da sanidade.
Nessa noite fria de Lisboa, um brinde a eles!

Publicada em: 13/11/2010
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