"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

outubro 12, 2010

"DIZ-ME COM QUEM ANDAS E DIRTI-EI QUEM TU ÉS"

No debate transmitido pela Band, José Serra brandiu por poucos segundos a arma que, acionada com firmeza e pontaria, liquidará de vez a aventura de Dilma Rousseff: o confronto entre os ex-presidentes que apoiam cada candidato.

O palanque da sucessora que Lula inventou é assombrado por José Sarney e Fernando Collor.

A campanha da oposição tem Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso.

Sarney conduziu o país à falência com o Plano Cruzado, levou a inflação às nuvens e saiu do Planalto pela porta dos fundos. Fora o resto.

Collor conseguiu catapultar os índices inflacionários para o espaço sideral, apadrinhou uma quadrilha federal só igualada em gula e desfaçatez pelo bando do mensalão e foi despejado do Planalto por ter desonrado o cargo. Fora o resto.

Itamar Franco resgatou a nação da UTI e lançou o Plano Real.

Fernando Henrique sepultou a inflação para sempre, modernizou o país com a privatização de mamutes estatais, enquadrou os perdulários malandros com a Lei de Responsabilidade Fiscal e consolidou as diretrizes da política econômica que Lula, por instinto de sobrevivência, cuidou de manter intocadas.

Com tamanho zelo que nomeou para o comando do Banco Central, em 2003, o deputado federal Henrique Meirelles, eleito pelo PSDB de Goiás.

O Brasil, ensinou Ivan Lessa, esquece a cada 15 anos o que aconteceu nos 15 anos anteriores.

E milhões de jovens nem conheceram o país atormentado pela inflação medonha e agredido pelo primitivismo das estatais devastadas pela inépcia e pela corrução.

Alguns programas eleitorais e debates na TV bastarão para recordar aos amnésicos crônicos como foram os governos de Sarney e Collor — e descrever didaticamente para as novas gerações o inferno de que se livraram graças aos governos de Itamar e FHC.

Collor e Sarney simbolizam o antigo, o coronelismo de terno e gravata, a roubalheira federal anabolizada pelo turbilhão inflacionário. Itamar e Fernando Henrique representam o país que pensa e presta.

Dilma quer falar do passado?

Seja feita a sua vontade.

Os eleitores aprenderão que Lula, depois de malbaratar as safras plantadas pelos dois antecessores que apoiam Serra, pretende alojar no Planalto uma fraude que reverencia a dupla que arruinou o Brasil.

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