"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

outubro 22, 2010

DÍVIDA PÚBLICA FEDERAL VAI PARA R$1,626 trilhão UM AUMENTO DE R$8,06 bilhões.

Juros que corrigem débito atingem R$9,2 bi em setembro. Participação de estrangeiros bate novo recorde: 10,23%

A retirada de títulos públicos do mercado no valor de R$1,14 bilhão não foi suficiente para segurar a dívida pública federal em setembro.

O estoque subiu 0,5% e fechou o mês em R$1,626 trilhão. Em termos nominais, o aumento foi de R$8,06 bilhões.


Isso porque o resgate líquido de papéis feito pelo Tesouro Nacional foi parcialmente compensado pelos juros que corrigem o endividamento e que somaram nada menos que R$9,2 bilhões no mês passado.

O total emitido pelo Tesouro em setembro somou R$103,714 bilhões, sendo que R$67,8 bilhões foram referentes a títulos usados para capitalizar o BNDES e a Petrobras.

Essas duas operações fizeram parte de uma manobra do governo para conseguir fechar suas contas em 2010, mas não tiveram impacto sobre o estoque da dívida mobiliária.

Manobra para capitalizar Petrobras teve efeito nulo

Como a Petrobras tinha que pagar a União pelos direitos de exploração de petróleo do pré-sal (a chamada cessão onerosa), os papéis dados pela estatal no montante de R$67,9 bilhões cancelaram o efeito da emissão.

O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, disse que o aumento da tributação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para a entrada de investimentos estrangeiros no país não deve afetar a administração da dívida.


Ele lembrou que a intenção do governo foi reduzir a especulação de aplicadores em operações de curto prazo:
- O IOF tende a afetar os investimentos de curto prazo.

A tendência é de continuidade no aumento gradual da participação de estrangeiros na dívida pública, pois a maioria busca aplicações com prazos mais longos.

A participação dos estrangeiros no estoque da dívida subiu de 10,06% (R$150,6 bilhões) em agosto para 10,23% em setembro (R$154,1 bilhões). É o maior nível da série histórica do Tesouro, iniciada em 2006.

(...)

Só a dívida mobiliária interna cresceu 0,64% em setembro e atingiu R$1,534 trilhão.

O impacto de R$10,69 bilhões de juros no estoque do mês foi parcialmente compensado por um resgate líquido de papéis de R$89 milhões.


Já a dívida externa caiu 1,86% em relação a agosto e ficou em R$91,76 bilhões.


Em setembro, os títulos prefixados aumentaram sua participação na dívida.

Essa parcela do estoque subiu de 34,62% em agosto para 36,07%.

Já o endividamento atrelado à taxa Selic caiu: de 32,36% em agosto para 30,91% em setembro.


O Tesouro conseguiu ainda alongar a dívida.


O total do estoque com vencimento a curto prazo (12 meses) baixou de 26,37% para 25,03%.
Já o prazo médio do endividamento passou de 3,59 anos para 3,57 anos.

O Tesouro também informou que conseguiu captar R$1,1 bilhão no mercado internacional.


Pela primeira vez desde 2007, o governo emitiu bônus denominados em reais (BRL).
Os papéis, que vencem em 2028, foram comprados por investidores americanos, europeus e asiáticos.

Martha Beck O Globo

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