"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

setembro 23, 2010

NO REINADO DO ÉBRIO A BANDIDAGEM ESTÁ LIVRE LEVE E SOLTA : ROUBARAM COMPUTADOR NO MPE COM INF. SIGILOSAS DE FRAUDE DE LICITAÇÕES.


Um computador do Ministério Público Estadual foi furtado na madrugada de hoje de dentro da sede do órgão, em Campinas (93 km de SP).

O aparelho armazenava informações sigilosas sobre as investigações de suposta organização criminosa suspeita de fraudar licitações públicas.

O computador estava na sala do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), responsável pelas investigações.

O prédio do Ministério Público foi invadido pelos fundos e a sala do Gaeco foi arrombada.
Segundo os promotores, a sede da Promotoria tem vigias e ainda não se sabe como os criminosos conseguiram entrar no local sem serem notados.

A suposta organização criminosa investigada agia em três Estados (São Paulo, Minas Gerais e Tocantins) e em pelo menos onze cidades do interior de São Paulo, segundo as investigações do Ministério Público de São Paulo.

A suposta organização já fraudou pelo menos R$ 615 milhões, segundo as investigações. Oito pessoas suspeitas foram presas na sexta-feira passada.

Seis empresas, em nomes de laranjas, venciam licitações em diversos órgãos públicos e autarquias, segundo os promotores.

Entre os suspeitos estão dois policiais civis de Campinas, além de lobistas e empresários. Duas pessoas estão foragidas.

As investigações de fraudes em licitações, segundo os promotores, começaram pela Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A), empresa de economia mista, cujo acionista majoritário é a Prefeitura de Campinas.

Além da Sanasa, segundo nota do Ministério Público, foram encontradas contratações suspeitas em diversos órgãos públicos como no próprio Ministério Público Estadual e no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

"Durante o monitoramento telefônico e telemático [correspondência eletrônica], houve menção a inúmeros agentes políticos e servidores públicos de vários municípios e Estados, incluindo prefeitos, secretários, deputados, um governador e um procurador geral do Estado", diz um trecho da nota do Ministério Público.

Os nomes dos políticos não foram divulgados pelos promotores.

Os promotores também investigam o vazamento de uma relatório da Polícia Federal sobre as apurações.

MAURÍCIO SIMIONATO
DE CAMPINAS/
Folha

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