"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

setembro 20, 2010

A DESENVOLTURA DA POLÍTICA TIRIRICA DO ÉBRIO E SUA CONTINUIDADE NUM POSSÍVEL MANDATO DA "COISA"

O estado normal de Lula, em política, está cada vez mais abalado, rumo à anormalidade.

Ele distorce, a seu favor e de seus amigos, tudo que é ruim.
A ruindade, para Lula, são os outros, não, por exemplo, a aberração de suas leniências e afeições políticas, nacionais e internacionais.

Em Filósofos na tormenta, Elisabeth Roudinesco fala dos filósofos franceses engajados.
De um deles, Georges Canguilhem, conta que, depois de formado em filosofia, estudou medicina e fez pesquisa sobre o normal e o anormal (patológico), em termos de saúde e política.

Para Lula, seus amigos, que notoriamente não prestam, são pessoas maravilhosas. Elucubrações psicológicas à parte, ele vangloria-se de descobrir gente boa, como criador de políticos geniais e honestos.

Mas tais criaturas são moeda falsa, como o Bolsa Família, que oculta o desemprego real do país.

Sem ela, quantos desempregados seríamos?
Por que, então, proibir que o bolsista trabalhe?
Isso é escravidão disfarçada!

Outra mentira vem do Amapá.
A polícia prendeu o governador e seu candidato à sucessão como patifes, sob cartaz no qual posavam com Lula.


A ex-ministra Dilma Rousseff, julgada por ele a fina flor do preparo para governar o país, preside o Conselho Administrativo da Petrobras.


É eficiente?
Pois, por incúria, ela não zelou pela plataforma da empresa, cujos dutos estão enferrujados e podem gerar uma tragédia.

Amigo de Lula, o governador Sérgio Cabral, do Rio, na última eleição de prefeito da capital carioca, a fim de derrotar o candidato Gabeira, decretou, malandramente, feriado a sexta-feira pré-domingo eleitoral, para estimular a fuga de eleitores rumo à região dos lagos.

Lula deve ter achado o golpe do amigo uma boa safadeza, que tirou votos de Gabeira.

O infalível Lula teve de livrar-se de muitos aliados, pelos quais pusera a mão no fogo. Um, indiciado como chefe da quadrilha do mensalão; outros, incompetentes. Para alguns Lula gravou elogios mentirosos.

Após falar em “extirpar” o DEM, como Hitler e Stalin faziam, Lula, para fugir à classificação ruim de Canguilhem, deve estancar a lama que surge, de novo, na Casa Civil, e lamentar os tiriricas que macularão o Congresso e o tornarão mais frágil.

.Se o próprio Lula não quis tiriricá-lo!

Rubem Azevedo Lima Correio Braziliense

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