"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

junho 19, 2010

UM BRASIL QUE É MELHOR NÃO MOSTRAR.

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Nunca um governo foi tão mediocre na questão moral, dissimulado e altamente dotado de cretinismo, e não poderia ser diferente, temos um País nas mãos de um parlapatão, e pior, ébrio.
Abaixo uma matéria que para muitos não é nenhuma surpresa, aqui mesmo eu particularmente questiono a veracidade dos números deste governo em todas áreas.
Não que eu seja "expert", muito pelo contrário, é que a índole do governante e seus serviçais os qualificam para o jogo rasteiro e irresponsável ao ponto de manipular e omitir qualquer informação que lhes seja desfavorável, camuflando dados em umas e alterando e inflando em outras.

Tudo pelo "projeto" de PUDÊ.

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O decálogo de problemas que segue abaixo poderia se um roteiro utilizado pelos candidatos de oposição José Serra (PSDB) ou Marina Silva (PV).

Mas não é — ou NÃO ERA. Ribamar Oliveira, do jornal Valor Econômico, colheu essas avaliações num portal oficial, do próprio governo (ver post de ontem).

Antes que prossiga, uma síntese:

1 - a política de reforma agrária do governo Lula não alterou a estrutura fundiária do país nem assegurou aos assentamentos assistência técnica, qualificação, infra-estrutura, crédito e educação;

2 - a qualidade dos assentamentos é baixa;

3 - os programas oficiais não elevam a renda dos agricultores, que ficam dependendo do Bolsa Família;

4 - imposições da legislação trabalhista no campo acabam provocando fluxo migratório para as cidades;

5 - a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) ainda não definiu uma política de curto ou médio prazo para a formação de um estoque estratégico e regulador de produtos agrícolas.

6 - em futuro próximo, a produção de biodiesel não será economicamente viável;

7 - a reconstrução de uma indústria nacional de defesa voltada para o mercado interno, prevista na Estratégia Nacional de Defesa, não se justifica;

8 - a educação brasileira avançou muito pouco e apresenta os mesmos índices de 2003 em várias áreas:

9 - é baixa a qualidade da educação em todos os níveis; os que concluem os cursos não têm o domínio dos conteúdos, e as comparações com indicadores internacionais mostram deficiências graves no Brasil;

10 - O analfabetismo funcional, entre jovens e adultos, está em 21% na PNAD de 2008, uma redução pequena com relação à PNAD de 2003, que era de 24,8%. O número absoluto de analfabetos reduziu-se, no mesmo período, de 14,8 para 14,2 milhões, o que aponta a manutenção do problema.

Essas informações todas estavam no “Portal do Planejamento”, criado pela Secretaria de Planejamento e Investimento Estratégico (SPI), tarefa que durou um ano e meio.

E QUE SUMIU EM UM DIA. Bastaram uma ordem e um clique.

É isto mesmo: o ministro Paulo Bernardo (Planejamento) mandou tirar o site do ar.

Eram cerca de 3 mil páginas abordando 52 temas.

Bernardo justificou assim a censura em entrevista à rádio CBN:

“Vários ministros me ligaram para dizer: ‘Olha, estão fazendo críticas às políticas desenvolvidas pelo meu ministério, mas nós não fomos chamados a discutir’. Ficamos numa posição um pouco delicada de explicar que aquilo não era posição fechada do Planejamento; são técnicos fazendo debate.”

Entendo… o ministro convocou uma reunião para segunda-feira com os responsáveis pelo Portal:
“Me parece que um site para discutir políticas de governo deve ter um nível de acesso para quem é gestor, outro para quem é jornalista e outro para o público em geral”.

Deixe-me adivinhar como seria essa gradação e o produto oferecido a cada um:
- ao gestor, a verdade;
- ao jornalista, uma quase verdade;
- ao público, o de sempre…

Vamos compreender

É evidente que nenhum governo gosta de ser criticado pelo… próprio governo. Não me atrevo a dizer que este ou aquele não agiriam assim.

Aliás, acho curioso que um portal dessa importância vá ao ar sem o conhecimento do chefe da pasta.

A questão aí não é matéria de gosto, não.

O que o portal revela é que existem dois Brasis: aquele real, conhecido pelos técnicos do governo, que veio a público por um breve instante, e o outro, o de propaganda, este de novas auroras permanentemente anunciadas pelo governo, ancorado numa verba bilionária de propaganda.

Como se nota, Paulo Bernardo acha que é preciso trabalhar com “níveis” de acesso, como se aqueles informações não fossem dados sobre políticas públicas, mas matéria de “segurança nacional”.

Informações relevantes, pois, para orientar tais políticas passariam a ser privilégio de uma espécie de casta.

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