"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

dezembro 20, 2009

REINALDO AZEVEDO, SEMPRE IMPECÁVEL, PERFEITO



(...)

Vejam que brutal honestidade intelectual, não? 

E esse “dar certo” queria dizer justamente isso que temos. 
O PT governa o Brasil segundo as regras da economia de mercado — ou quase (*) — e, em troca, vai nos pedir que lhe cedamos pedaços da institucionalidade; em troca, vai no pedir um país menos democrático, menos livre, menos subordinado às regras do estado democrático e de direito.

E isso está em curso. 
E, por isso, eu os repudio. 
E continuarei a repudiá-los, pouco me importa quem esteja no poder : 
o próprio Lula, 
Serra, 
Dilma ou J. Pinto Fernandes. 

Ademais, conhecemos muito bem como os petistas se comportam quando estão na oposição: 
com o mesmo desrespeito pelas instituições! 

Se, no poder, não punem as invasões de terra; na oposição, eles as estimulam (a exemplo do que fazem em São Paulo); se, no poder, eles tentam controlar a imprensa, a exemplo das propostas estapafúrdias saídas da tal Conferência de Comunicação de Franklin Martins, na oposição, eles se tornam as principais fontes de vazamento de informações sigilosas; se, no governo, são eles a pedir uma Constituinte, na oposição, eles tentam sabotá-la, como se viu com o processo que resultou na Constituição de 1988; se, no governo, eles propõem uma reforma da Previdência, como fizeram, na oposição, eles põem a tropa na rua contra essa mesma reforma; se, no governo, eles chamam a Lei de Responsabilidade Fiscal de inegociável, na oposição, eles recorrem ao STF contra ela; se, no governo, fazem o mensalão para comprar partidos e parte do Congresso e negam que tenham praticado qualquer crime, na oposição, eles põem a tropa na rua contra… 
o mensalão!

A lista seria infindável! 
E essa moral não me serve, pouco me importa se a economia cresce 0,1%, 1%, 10% ou 100%. 

Fosse esse o meu parâmetro, chamaria a tirania chinesa de governo exemplar — afinal, nenhuma economia cresce tanto como aquela e tira tantas pessoas da pobreza. 

É o crescimento chinês que garante o bom momento do Brasil — pelo menos até que os doidos no aquecimento global não decidam que aquele país tem de crescer só 4%… 
E a China provoca em mim nada menos do que horror, com seu totalitarismo eficiente. 

EU NÃO NEGOCIO LIBERDADES PÚBLICAS POR UM POUCO MAIS DE ARROZ.
“Ah, mas os miseráveis negociam”. 

RESPONDO ASSIM:  
QUE OS MISERÁVEIS TENHAM COMIDA, MAS EU NÃO OS ESCOLHEREI COMO GUIA DAS MINHAS UTOPIAS; 

TAMBÉM NÃO CREIO QUE DEVAM SER REFERÊNCIA EM MATÉRIA DE LIBERDADE
O fascismo foi “eficiente” por um largo período. 
Como foi o stalinismo.

Repudio de modo veemente, claro, explícito, as tentações totalitárias do PT, expressas até num programa político em que vai apresentar a sua candidata; repudio aquela linguagem da divisão, do confronto, do ódio, do esmagamento do outro; repudio seu compromisso reiterado com a mentira — mente de modo miserável sobre o passado para chamar para si não apenas as glórias que tem, mas também as que não tem. 

De novo:
pouco me importa quantos acreditam. 
Não é a crença da maioria que faz uma verdade.

LULA PODERIA MUITO BEM ENGORDAR A SUA BIOGRAFIA COM HEROÍSMOS 

QUE NUNCA TEVE, MAS NÃO PRECISARIA ROUBAR A BIOGRAFIA ALHEIA PARA ISSO.

Assim, petralhinhas, sosseguem: 
pouco importa quem seja o vitorioso, estarei aqui. E combatendo em nome das mesmas causas, das mesmas idéias. 

Dando cotoveladas e chutes. 
Não aceito o hálito das trevas no meu cangote.