Os investimentos mais conhecidos pelos brasileiros, a Bolsa de Valores e a poupança, levaram uma surra da inflação nos primeiros cinco meses deste ano.
Frente a essas duas modalidades, a carestia foi imbatível. Com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulando 3,7% até maio, quem colocou o dinheiro na poupança, cujo rendimento foi de 3,34% no período, ficou no prejuízo. Na bolsa, a perda foi maior ainda. O Ibovespa, principal indicador do mercado brasileiro, amargou prejuízo de 2,29% em maio e de 6,76% no ano.
Ficaram também no vermelho, neste primeiro semestre, os fundos de renda variável ligados ao Ibovespa (prejuízo de 2,88% em maio e de 5,40% no ano) e o ouro (-0,88% e -3,90%). Quem investiu o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) na Petrobras e na Vale, aplicações avaliadas por especialistas como excelentes, amargou os piores prejuízos.
No caso da petrolífera, a perda ficou em 5,60% no mês e 10,12% no ano. Na mineradora, a rentabilidade foi negativa em 3,28% em maio e em 8,36% no acumulado de 2011.
A culpa do desempenho ruim das duas gigantes do mercado de commodities (produtos básicos com preço internacional), explicam analistas, está na ingerência política sofrida por elas neste início de ano, o que abalou a credibilidade de ambas. Na Vale, o governo derrubou Roger Agnelli da cadeira da Presidência para colocar alguém mais alinhado com o Palácio do Planalto. Na Petrobras, por força de determinação, os preços das altas do petróleo não foram repassadas aos consumidores e a estatal amargou prejuízo bilionário.
Diferentemente da Bolsa de Valores de São Paulo, em Nova York, o índice Dow Jones caiu 1,88% no mês. Mas, no ano, ele registra alta de 8,57%. Para Márcio Cardoso, diretor da Título Corretora de Valores, a bolsa paulista está perdendo porque os investidores estão menos otimistas em relação ao Brasil.
“No caso dos brasileiros, há uma certa instabilidade devido a turbulências políticas e à inflação elevada.Os estrangeiros se preocupam com a crise na Grécia e com a sua repercussão no mundo”, explicou Cardoso.
Victor Martins Correio Braziliense
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