Dilma Rousseff tem se esforçado para criar símbolos que a diferenciem do presidente anterior.
Um dos mais notáveis é o estilo, e este pelo menos é um aspecto positivo:
o exagero verborrágico de Luiz Inácio Lula da Silva vai dando lugar à discrição. Entretanto, a postura da presidente tem muito mais de estratégia diversionista do que de mudança verdadeira.
Ao tentar dissociar-se de Lula, na realidade o que Dilma busca é distanciar-se dos malfeitos perpetrados no país nos últimos oito anos.
Trata-se de uma verdadeira herança maldita da qual ela foi sócia-gerente.
Provavelmente mais má gerente do que sócia benemérita.
A máquina de marketing petista trombeteou por anos a competência de Dilma para bem administrar as lides de governo.
Poderia ser só estratégia publicitária de quem viveu de slogans.
Mas a agora presidente corroborou o tratamento ao transformar sua suposta capacidade gerencial num dos "atributos" que vendeu aos eleitores nas eleições do ano passado.
O governo que perdurou de 2003 a 2010 era tanto de Lula quanto de Dilma; vivemos agora seu terceiro ato.
A conclusão lógica é que as responsabilidades pelo que não foi feito no passado também cabem à atual presidente. Este governo não começou no dia 1º de janeiro:
o PT assumiu o comando do país há oito anos e desde então Dilma está lá - só no Planalto já são seis anos.
Deve-se, pois, debitar na conta petista e, portanto, tanto de Lula, quanto de Dilma, a incúria para prevenir a tragédia que já matou mais de 700 pessoas na região serrana do Rio de Janeiro.
Muitos dos flagelos que lá ocorrem poderiam estar sendo evitados se o governo federal tivesse agido nos últimos anos
(...)
Também motivo de espanto é o que está acontecendo no Ministério da Educação. Mais uma vez, o sistema de seleção para ingresso em universidades públicas falhou e dados que deveriam ser sigilosos vazaram, conforme mostrou O Globo em sua edição de hoje.
Diante de colossal incompetência, o Enem, uma boa ideia, está sendo varrido para lixo. A administração de Fernando Haddad - escalado por Lula e mantido no cargo por Dilma - está corroendo o sonho dos jovens como se fosse vírus de computador.
Na economia, a gestão Dilma tem de correr para tentar remediar problemas que ela própria semeou no governo passado, ao soltar as rédeas dos gastos públicos e jogar gasolina na fogueira da inflação. Hoje(19/01) o Comitê de Política Monetária do Banco Central deve começar a impor ao país o pagamento da fatura, por meio do aumento dos juros, ampliando a liderança brasileira neste quesito no mundo.
"Em termos práticos, por enquanto Dilma só tem conseguido lidar com problemas herdados. O que estaria dizendo da herança que recebeu se o governo que acabou em 31 de dezembro fosse da hoje oposição?", resume Alon Feuerwerker na edição do Correio Braziliense.
Recorramos às palavras de um funcionário do governo - tanto do atual quanto do passado - para obtermos a melhor e mais perfeita síntese da era petista:
"A gente falou muito e fez muito pouco", disse Luis Antonio Barreto de Castro, do Ministério da Ciência e Tecnologia.
Nenhuma metamorfose ambulante, como a que Dilma está pretendendo protagonizar, é capaz de dar jeito nisso.
Um dos mais notáveis é o estilo, e este pelo menos é um aspecto positivo:
o exagero verborrágico de Luiz Inácio Lula da Silva vai dando lugar à discrição. Entretanto, a postura da presidente tem muito mais de estratégia diversionista do que de mudança verdadeira.
Ao tentar dissociar-se de Lula, na realidade o que Dilma busca é distanciar-se dos malfeitos perpetrados no país nos últimos oito anos.
Trata-se de uma verdadeira herança maldita da qual ela foi sócia-gerente.
Provavelmente mais má gerente do que sócia benemérita.
A máquina de marketing petista trombeteou por anos a competência de Dilma para bem administrar as lides de governo.
Poderia ser só estratégia publicitária de quem viveu de slogans.
Mas a agora presidente corroborou o tratamento ao transformar sua suposta capacidade gerencial num dos "atributos" que vendeu aos eleitores nas eleições do ano passado.
O governo que perdurou de 2003 a 2010 era tanto de Lula quanto de Dilma; vivemos agora seu terceiro ato.
A conclusão lógica é que as responsabilidades pelo que não foi feito no passado também cabem à atual presidente. Este governo não começou no dia 1º de janeiro:
o PT assumiu o comando do país há oito anos e desde então Dilma está lá - só no Planalto já são seis anos.
Deve-se, pois, debitar na conta petista e, portanto, tanto de Lula, quanto de Dilma, a incúria para prevenir a tragédia que já matou mais de 700 pessoas na região serrana do Rio de Janeiro.
Muitos dos flagelos que lá ocorrem poderiam estar sendo evitados se o governo federal tivesse agido nos últimos anos
(...)
Também motivo de espanto é o que está acontecendo no Ministério da Educação. Mais uma vez, o sistema de seleção para ingresso em universidades públicas falhou e dados que deveriam ser sigilosos vazaram, conforme mostrou O Globo em sua edição de hoje.
Diante de colossal incompetência, o Enem, uma boa ideia, está sendo varrido para lixo. A administração de Fernando Haddad - escalado por Lula e mantido no cargo por Dilma - está corroendo o sonho dos jovens como se fosse vírus de computador.
Na economia, a gestão Dilma tem de correr para tentar remediar problemas que ela própria semeou no governo passado, ao soltar as rédeas dos gastos públicos e jogar gasolina na fogueira da inflação. Hoje(19/01) o Comitê de Política Monetária do Banco Central deve começar a impor ao país o pagamento da fatura, por meio do aumento dos juros, ampliando a liderança brasileira neste quesito no mundo.
"Em termos práticos, por enquanto Dilma só tem conseguido lidar com problemas herdados. O que estaria dizendo da herança que recebeu se o governo que acabou em 31 de dezembro fosse da hoje oposição?", resume Alon Feuerwerker na edição do Correio Braziliense.
Recorramos às palavras de um funcionário do governo - tanto do atual quanto do passado - para obtermos a melhor e mais perfeita síntese da era petista:
"A gente falou muito e fez muito pouco", disse Luis Antonio Barreto de Castro, do Ministério da Ciência e Tecnologia.
Nenhuma metamorfose ambulante, como a que Dilma está pretendendo protagonizar, é capaz de dar jeito nisso.