A dívida líquida total do setor público subiu para R$ 1,385 trilhão em junho, ou 41,4% do Produto Interno Bruto (PIB).
Um mês antes, estava em R$ 1,371 trilhão, ou 41,4% do PIB também. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (29) pelo Banco Central (BC).
Para a comparação com a dívida, a autoridade monetária considerou o PIB dos últimos 12 meses, a preços de junho, estimado em R$ 3,344 trilhões.
A dívida bruta do governo federal, Previdência Social e governos regionais - que, ao contrário da dívida líquida, não contabiliza ativos - avançou para R$ 2,01 trilhões em junho, o correspondente a 60,1% do PIB, em comparação ao R$ 1,991 trilhão, ou 60,1% do PIB, em maio.
Economia para pagar juros
O setor público brasileiro consolidado registrou superávit primário, que é a economia feita para pagar juros da dívida pública, de R$ 2,059 bilhões em junho. Um ano antes, o saldo foi positivo em R$ 3,376 bilhões. Em maio, o superávit foi de R$ 1,43 bilhão.
De acordo com o Chefe de Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, o resultado é o pior desde junho de 2003, quando o superávit primário ficou em R$ 1,686 bilhão.
“O resultado não é ruim, temos que levar em consideração a sazonalidade. Os gastos foram relacionados ao investimento, o resultado foi bom. As despesas se elevaram por força dos investimentos", disse Lopes, descartando qualquer relação da redução no superávit primário com o ano eleitoral.
O número refere-se ao desempenho das contas da União, Estados, municípios e estatais. O conceito primário leva em conta o movimento de caixa do setor público, desconsiderando as despesas com juros.
Nos seis primeiros meses do ano, o superávit foi de R$ 40,105 bilhões, o correspondente a 2,36% do Produto Interno Bruto (PIB).
Em igual período do ano passado, o esforço fiscal foi de R$ 35,255 bilhões, mas a proporção em relação ao PIB do período foi exatamente a mesma: 2,36%.
No acumulado em doze meses, o superávit alcançou R$ 69,4 bilhões.
Em 12 meses até junho, o setor público acumulou superávit primário equivalente a 2,07 por cento do PIB.
O governo tem como meta para 2010 um saldo primário de 3,3% do PIB.