Com a demanda interna enfraquecida e a crise internacional, a arrecadação das receitas federais caiu pelo quarto mês consecutivo, sempre na comparação com o mesmo mês do ano passado. Em setembro, o recolhimento de tributos e contribuições federais ficou em R$ 78,215 bilhões, uma queda real (já descontada a inflação) de 1,08% ante setembro de 2011.
De acordo com dados divulgados nesta sexta-feira pela Receita Federal, no acumulado dos nove primeiros meses do ano, o total chega a R$ 751,791 bilhões. Em agosto, a arrecadação havia ficado em R$ 77,074 bilhões.
Diante do fraco desempenho, o secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto, disse que a expectativa é de que o crescimento da arrecadação federal no fechamento fique perto de 1,5%, em termos reais, descontando a evolução da inflação. No mês passado, a estimativa estava entre 1,5% e 2%.
- A previsão é em torno de 1,5% de crescimento real este ano. Vamos ter outra revisão de decreto em novembro e isso poderá variar. Dado o cenário atual, essa é a nossa expectativa - afirmou.
Desonerações da folha de pagamentos e do IPI puxaram queda
O coordenador de Previsão e Análise da Receita Federal do Brasil, Raimundo Elói de Carvalho, explicou que os principais fatores que contribuíram para a queda foram as diferenças na arrecadação referentes ao Refis da Crise e as desonerações, sobretudo da folha, anunciada pelo governo nos últimos meses.
Somente no que diz respeito ao Refis da crise, a diferença na arrecadação em setembro com relação ao mesmo mês do ano passado é de R$ 899 milhões. A desoneração da folha, por sua vez, teve um impacto negativo de R$ 600 milhões no mês. Outras desonerações, que incluem Cide e IPI-automóveis, entre outras, tiveram impacto de R$ 1,618 bilhão em setembro.
- Falamos que, a partir deste mês de setembro, já teriam reflexo na arrecadação as principais alterações que foram efetuadas na folha de salário, com tributação passando da folha para o faturamento - afirmou.
Além disso, o resultado é influenciado pela queda na lucratividade das empresas. De acordo com o relatório da receita, esse movimento fica evidenciado quando se analisa a arrecadação relativa ao Imposto de Renda sobre Pessoa Jurídica (IRPJ) e à Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) das empresas.
- Falamos que, a partir deste mês de setembro, já teriam reflexo na arrecadação as principais alterações que foram efetuadas na folha de salário, com tributação passando da folha para o faturamento - afirmou.
Além disso, o resultado é influenciado pela queda na lucratividade das empresas. De acordo com o relatório da receita, esse movimento fica evidenciado quando se analisa a arrecadação relativa ao Imposto de Renda sobre Pessoa Jurídica (IRPJ) e à Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) das empresas.
Entre janeiro e setembro, a arrecadação dos dois tributos foi de R$ 128,617 bilhões. No mesmo período do ano passado, foi de R$ 133,205 bilhões.
O Globo
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