A apreciação cambial de 2,5% em julho respondeu isoladamente por um acréscimo de R$ 8,9 bilhões na dívida líquida do setor público em julho, que encerrou o último mês em 41,7% do PIB - 0,3 ponto percentual acima do resultado de junho.
Na política fiscal, um dos elementos que se destacam no ano é a maior evolução da despesa com os juros da dívida pública.
Entre janeiro e julho, a despesa atingiu R$ 108 bilhões, contra R$ 95,1 bilhões em igual período de 2009.
O acréscimo decorre, conforme explicou o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, do fim dos ganhos com swap cambial e das maiores despesas geradas com o aumento da inflação.
Nos sete primeiros meses do ano passado, as operações com swap cambiais renderam R$ 13,9 bilhões, receita que não se repetiu neste ano.
Em outra ponta, o aumento no IPCA e nos IGPs ampliou o gasto com o pagamento de juros dos títulos públicos corrigidos por índices de preços. A diferença, segundo Lopes, é dada pela evolução dos indicadores.
Enquanto em janeiro e julho do ano passado, o IPCA e o IGP-DI foram, respectivamente, de 2,81% e de -1,66%, em igual período deste ano esses percentuais passaram a 3,10%, para o IPCA, e 5,85% para o IGP-DI.
Nos 12 meses terminados em julho, os juros da dívida somam R$ 182,1 bilhões (5,40% do PIB), o maior nível desde o início da série, em 2001.
Valor Econômico