Em pouco mais de dois meses, o Brasil recebeu mais dólares do que em todo o ano de 2010.
É esta forte enxurrada de recursos que tem pressionado a moeda americana frente ao real, apesar das atuações do Banco Central (BC) no mercado de câmbio.
Segundo dados do próprio BC, entre os dias 1º e 4 de março, o fluxo cambial registrou entrada líquida de US$1,424 bilhão, acumulando no ano US$24,356 bilhões.
Nos 12 meses de 2010, o saldo entre recursos estrangeiros que entraram e que saíram do país ficou positivo em US$24,354 bilhões.
A entrada está ocorrendo sobretudo por intermédio da conta financeira (por onde passam os investimentos produtivos e no mercado financeiro), que ficou positiva em US$2,081 bilhões no início de março, depois de fechar fevereiro com superávit de US$7,918 bilhões.
Nem mesmo a ameaça de que o governo poderia baixar novas medidas para segurar esse movimento, avaliam os especialistas, deve ser capaz de reverter a tendência de queda do dólar e fazer com que a moeda americana volte a um patamar superior a R$1,70 rapidamente.
Na conta comercial, déficit no ano é de US$78 milhões
Enquanto a conta financeira registra seguidos superávits no fluxo comercial, a conta comercial (que registra os pagamentos de importações e exportações) registrou déficit de US$657 milhões em março, até o dia 4, acumulando no ano perdas de US$78 milhões.
O Brasil tem recebido grande volume de recursos internacionais pelas boas perspectivas de crescimento econômico, acima de 4% em 2011, e também por oferecer uma das maiores taxas básicas de juros do mundo, hoje em 11,75% ao ano.
- Enquanto houver muita liquidez no mercado internacional, vai continuar entrando recursos aqui.
O pessoal está atrás de rentabilidade - afirmou o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.
Com a enxurrada de divisas, o BC tem atuado fortemente no mercado de câmbio. Com compras de dólares por meio do mercado à vista e a termo (com data de liquidação diferenciada), já foram US$2,665 bilhões em março, até o dia 4, enquanto no mês de fevereiro foram outros US$9,038 bilhões.
Compras do BC superam ingresso de recursos no país
As aquisições somam volume maior do que o total de entrada de dólares. E isso acaba por influenciar a posição cambial vendida dos bancos, quando apostam em mais valorizações do real frente ao dólar.
Por causa da atuação agressiva do BC, os bancos acabam tendo de suprir a necessidade de dólares da autoridade monetária, fazendo operações de mercado que aumentam sua posição vendida.
Em fevereiro, estas posições fecharam em US$12,702 bilhões, acima dos US$11,018 bilhões de janeiro, mas mostrando recuo sobre a posição do dia 21 de fevereiro, adiantada pelo BC na época, que era de US$13,290 bilhões.
No início de janeiro, o BC decidiu limitar essas posições vendidas ao elevar os compulsórios bancários - parcela dos recursos dos bancos que fica presa no BC - para a instituição que mantivesse essas operações acima de um determinado patamar.
Na época, as posições vendidas estavam acima de US$13 bilhões e o BC calculou que, com a restrição, elas deveriam cair para US$10 bilhões, piso que não vai gerar compulsórios para os bancos.
As regras começam a valer em abril.
Patrícia Duarte O Globo
Em pouco mais de dois meses, o Brasil recebeu mais dólares do que em todo o ano de 2010.
É esta forte enxurrada de recursos que tem pressionado a moeda americana frente ao real, apesar das atuações do Banco Central (BC) no mercado de câmbio.
Segundo dados do próprio BC, entre os dias 1º e 4 de março, o fluxo cambial registrou entrada líquida de US$1,424 bilhão, acumulando no ano US$24,356 bilhões.
Nos 12 meses de 2010, o saldo entre recursos estrangeiros que entraram e que saíram do país ficou positivo em US$24,354 bilhões.
A entrada está ocorrendo sobretudo por intermédio da conta financeira (por onde passam os investimentos produtivos e no mercado financeiro), que ficou positiva em US$2,081 bilhões no início de março, depois de fechar fevereiro com superávit de US$7,918 bilhões.
Nem mesmo a ameaça de que o governo poderia baixar novas medidas para segurar esse movimento, avaliam os especialistas, deve ser capaz de reverter a tendência de queda do dólar e fazer com que a moeda americana volte a um patamar superior a R$1,70 rapidamente.
Na conta comercial, déficit no ano é de US$78 milhões
Enquanto a conta financeira registra seguidos superávits no fluxo comercial, a conta comercial (que registra os pagamentos de importações e exportações) registrou déficit de US$657 milhões em março, até o dia 4, acumulando no ano perdas de US$78 milhões.
O Brasil tem recebido grande volume de recursos internacionais pelas boas perspectivas de crescimento econômico, acima de 4% em 2011, e também por oferecer uma das maiores taxas básicas de juros do mundo, hoje em 11,75% ao ano.
- Enquanto houver muita liquidez no mercado internacional, vai continuar entrando recursos aqui.
O pessoal está atrás de rentabilidade - afirmou o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.
Com a enxurrada de divisas, o BC tem atuado fortemente no mercado de câmbio. Com compras de dólares por meio do mercado à vista e a termo (com data de liquidação diferenciada), já foram US$2,665 bilhões em março, até o dia 4, enquanto no mês de fevereiro foram outros US$9,038 bilhões.
Compras do BC superam ingresso de recursos no país
As aquisições somam volume maior do que o total de entrada de dólares. E isso acaba por influenciar a posição cambial vendida dos bancos, quando apostam em mais valorizações do real frente ao dólar.
Por causa da atuação agressiva do BC, os bancos acabam tendo de suprir a necessidade de dólares da autoridade monetária, fazendo operações de mercado que aumentam sua posição vendida.
Em fevereiro, estas posições fecharam em US$12,702 bilhões, acima dos US$11,018 bilhões de janeiro, mas mostrando recuo sobre a posição do dia 21 de fevereiro, adiantada pelo BC na época, que era de US$13,290 bilhões.
No início de janeiro, o BC decidiu limitar essas posições vendidas ao elevar os compulsórios bancários - parcela dos recursos dos bancos que fica presa no BC - para a instituição que mantivesse essas operações acima de um determinado patamar.
Na época, as posições vendidas estavam acima de US$13 bilhões e o BC calculou que, com a restrição, elas deveriam cair para US$10 bilhões, piso que não vai gerar compulsórios para os bancos.
As regras começam a valer em abril.
Patrícia Duarte O Globo
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