OS BOÇAIS
Foto: Wilson Dias/ABr
LUCIANA COELHOda Folha de S. Paulo, em Genebra
LUCIANA COELHOda Folha de S. Paulo, em Genebra
O Brasil não vai rever sua posição e reconhecer o novo governo em Honduras apenas com base nos desdobramentos de ontem, disse o chanceler Celso Amorim. "No momento não há o que mudar", afirmou em Genebra.
Para Amorim, a posse de Porfirio Lobo sem que o presidente golpista Roberto Micheletti lhe passasse a faixa, a aprovação da anistia pelo Congresso hondurenho e a saída do ex-presidente Manuel Zelaya da Embaixada do Brasil em Tegucigalpa sem risco de ser preso representam "melhoras". E se devem, defende ele, ao fato de o Brasil ter abrigado o líder deposto.
"Tudo isso só aconteceu porque o Zelaya esteve na nossa embaixada. Se não, não ia ter, o Micheletti ia ficar lá até o último dia", afirmou. "Se você me pergunta se eu estou satisfeito com como as coisas se passaram, não, mas é melhor do que o que provavelmente teria ocorrido? É."
Para não perder a viagem
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A posse de Porfírio Lobo, em eleições ainda não-reconhecidas pelo Brasil — os hondurenhos não estão nem aí para o que pensa Lula — humilha a diplomacia brasileira e seus aloprados e também expõe o ridículo a que está submetida a OEA sob o comando de José Miguel Insulza, que previa — talvez torcesse por isso — um banho de sangue se Zelaya não fosse reconduzido ao poder.
O que se viu, na verdade, foi uma espécie de conspiração de idiotas e esquerdistas pilantras contra a democracia. Durante meses se repetiu o mantra de que não se pode depor um presidente eleito. Não? Se ele desrespeitar a Constituição, não é uma questão de poder, mas de dever. E cada país tem as suas regras para fazê-lo. No Brasil, é preciso um processo de impeachment. Em Honduras, a depender do crime, a deposição é automática, ouvidos, como foram, o Congresso e a Corte Suprema.
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A vitória da democracia em Honduras também derrotou boa parte da imprensa brasileira. Uma derrota intelectual e profissional. Há honrosas exceções que não caíram no conto bolivariano — VEJA, felizmente, entre elas. Não se esperava dessa gente muita coisa: apenas a leitura da Constituição daquele país e o reconhecimento de que a Carta daqui não pode ser aplicada lá. Houve até uma tonta que achou um absurdo que não houvesse um processo de impeachment para depor Zelaya… Pois é, estivesse o impeachment previsto nas leis daquele país, talvez fosse mesmo…
A vitória da democracia em Honduras também derrotou boa parte da imprensa brasileira. Uma derrota intelectual e profissional. Há honrosas exceções que não caíram no conto bolivariano — VEJA, felizmente, entre elas. Não se esperava dessa gente muita coisa: apenas a leitura da Constituição daquele país e o reconhecimento de que a Carta daqui não pode ser aplicada lá. Houve até uma tonta que achou um absurdo que não houvesse um processo de impeachment para depor Zelaya… Pois é, estivesse o impeachment previsto nas leis daquele país, talvez fosse mesmo…
O Itamaraty de Celso Amorim costuma usar os jornais brasileiros como passarela de seus delírios de onipotência. O Megalonanico chega ao requinte de ter uma colunista que funciona como sua porta-voz. Esta senhora teve a ousadia (!?) de escrever, certa feita, que o Brasil havia combinado com a Casa Branca a visita de Ahmadinejad ao país. No dia seguinte, o mundo ficou sabendo que Obama enviara uma carta às autoridades brasileiras esculhambando a… visita de Ahmadinejad!!!
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