Mau desempenho da balança comercial e aumento das remessas de lucros das empresas estrangeiras provocam rombo de US$ 11,4 bilhões nas operações com o exterior em janeiro.
É o valor mensal mais alto dos últimos 66 anos
A crise mundial bateu forte nas contas externas brasileiras em janeiro. O país amargou no mês passado um deficit de US$ 11,4 bilhões nas chamadas transações correntes, que registram o resultado das operações comerciais e de serviços com o exterior.
A crise mundial bateu forte nas contas externas brasileiras em janeiro. O país amargou no mês passado um deficit de US$ 11,4 bilhões nas chamadas transações correntes, que registram o resultado das operações comerciais e de serviços com o exterior.
É o maior rombo mensal desde 1947, quando os dados começaram a ser computados, provocado basicamente por dois fatores:
o mau desempenho da balança comercial e um volume recorde de remessas de lucros das empresas estrangeiras instaladas no país para compensar prejuízos nas matrizes.
Pressionadas pelos maus resultados no exterior, devido à recessão na Europa e ao fraco ritmo da atividade econômica nos Estados Unidos, as multinacionais enviaram US$ 2,1 bilhões às suas sedes, no mês passado, mais que o dobro dos US$ 981 milhões contabilizados um ano atrás. Tamanha sangria não era vista desde janeiro de 2008.
Pressionadas pelos maus resultados no exterior, devido à recessão na Europa e ao fraco ritmo da atividade econômica nos Estados Unidos, as multinacionais enviaram US$ 2,1 bilhões às suas sedes, no mês passado, mais que o dobro dos US$ 981 milhões contabilizados um ano atrás. Tamanha sangria não era vista desde janeiro de 2008.
A crise também já havia afetado fortemente a balança comercial, que teve deficit de US$ 4,03 bilhões, devido ao enfraquecimento dos mercados e à queda das exportações.
O pior foi que, desta vez, o saldo negativo não foi coberto pela entrada de investimentos estrangeiros diretos (IED), sempre apontada pelo Banco Central como um movimento que afasta o risco de um desequilíbrio maior no balanço de pagamentos.
O pior foi que, desta vez, o saldo negativo não foi coberto pela entrada de investimentos estrangeiros diretos (IED), sempre apontada pelo Banco Central como um movimento que afasta o risco de um desequilíbrio maior no balanço de pagamentos.
O total aplicado por investidores estrangeiros em projetos produtivos no país somou apenas U$ 3,7 bilhões, uma queda de 31,5% em relação aos US$ 5,4 bilhões que ingressaram em janeiro de 2012.
O valor foi o mais baixo desde maio do ano passado.
Para o chefe do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel, a alta das remessas não deve causar preocupação. "Os valores oscilam mês a mês e respondem ao estoque de IED, que vem aumentando. É natural que esse fluxo seja crescente a médio prazo", avaliou.
Para o chefe do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel, a alta das remessas não deve causar preocupação. "Os valores oscilam mês a mês e respondem ao estoque de IED, que vem aumentando. É natural que esse fluxo seja crescente a médio prazo", avaliou.
Segundo ele, as contas externas ainda deverão apresentar um deficit elevado em fevereiro, ao redor de US$ 5,7 bilhões.
O ingresso de IED também não deverá ser expressivo. Até o último dia 20, o fluxo estava em US$ 2,2 bilhões e, pelas estimativas da autoridade monetária, não deverá passar de US$ 3,5 bilhões até o fim do mês. Uma melhora virá somente em março, com o início do embarque da safra agrícola.
Correio Braziliense
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