A ministra Cármen Lúcia deu o
sexto voto pela condenação por corrupção ativa do ex-tesoureiro do PT,
Delúbio Soares, e do empresário de publicidade Marcos Valério no
processo do mensalão. Com isso, já há maioria para condená-los, assim
como os ex-sócios de Valério, Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, e a
ex-diretora da SMP&B Simone Vasconcelos.
Cármen Lúcia aproveitou para fazer severas críticas à defesa de
Delúbio, em especial ao advogado Arnaldo Malheiros Filho. Ela destacou
que da tribuna do Supremo Tribunal Federal (STF) o advogado admitiu a
prática de ilícito, ainda que tenha tentando resumir o esquema a caixa
dois de campanha.
A ministra disse que a admissão do ilícito lhe causou “desconforto”.
“A própria defesa assume isso e tenta dizer:
‘Ora, brasileiros, o ilícito é normal’.
A ilegalidade não é normal, senhor presidente.
No estado de direito, o ilícito há de ser processado e, se comprovado, punido”, disse.
“A própria defesa assume isso e tenta dizer:
‘Ora, brasileiros, o ilícito é normal’.
A ilegalidade não é normal, senhor presidente.
No estado de direito, o ilícito há de ser processado e, se comprovado, punido”, disse.
“Portanto, me causou um profundo desconforto mas, principalmente,
significou que, se houve ilícito,e se esse ilícito dizia respeito a um
partido, a um grupo, essa afirmativa significou que havia outros
envolvidos, entrelaçamento,” complementou a ministra.
Segundo a magistrada, que também ocupa a presidência do Tribunal
Superior Eleitoral, disse que é “grave” a confissão do caixa 2 para
campanha. “Acho estranho e muito, muito grave, que alguém diga, ‘houve
caixa 2’. Caixa 2 é crime, é agressão contra sociedade brasileira. Mesmo
que tivesse sido isso, não é pouco. Me parece grave, porque parece que
ilícito no Brasil pode ser realizado e tudo bem", disse.
Em relação ao núcleo publicitário, a ministra afirmou que há provas
contra Valério, Ramon, Cristiano e Simone e destacou a unanimidade do
tribunal até agora. Ela condenou ainda Rogério Tolentino. No caso deste
ex-advogado está quatro votos a dois pela condenação.
Cármen Lúcia
absolveu apenas a ex-funcionária da agência Geiza Dias e o ex-ministro
dos Transportes Anderson Adauto. Nestes casos, todos, até agora, votaram
pela absolvição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário