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Na próxima quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal inicia o maior julgamento da sua história. Da decisão dos 11 ministros depende o destino dos 38 réus do mensalão, o gigantesco esquema de desvio de dinheiro público para alimentar uma rede de falcatruas.
É hora de virar a página da corrupção que assola o país desde a ascensão do PT.
As 50 mil páginas dos 300 volumes que compõem o processo estão repletas de provas de que o partido de Lula, Dilma e José Dirceu surrupiou dinheiro dos cofres públicos para financiar um festival de crimes que vão de formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva a peculato, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta.
Em reportagem no domingo, O Globo estimou em "pelo menos" R$ 101,6 milhões o montante desviado pelo PT para comprar apoio de parlamentares, corromper servidores públicos, lesar o erário, driblar o fisco - enfim, praticar atos corruptos - a fim de perpetuar-se no poder após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva.
A cifra resulta de apurações feitas por investigadores da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e do Tribunal de Contas da União, mas pode ser ainda maior.
Segundo a Folha de S.Paulo, o mensalão teria mobilizado R$ 141 milhões em dois anos, somando empréstimos bancários e recursos desviados de contratos com o setor público.
A defesa dos mensaleiros argumenta que não houve pagamento de mesada a parlamentares para votar com o governo petista nos idos de 2003 a 2005. A realidade é que existiu não apenas isso, como também coisa muito pior:
a montagem de uma rede para corromper o poder público, parasitá-lo, carcomer as estruturas da República.
O mensalão é isto.
"A palavra 'mensalão' dá a impressão de uma fila de pessoas que, ao fim do mês, vai receber alguma coisa. Nada a ver com isso. Ali tem peculato, corrupção ativa, corrupção passiva, formação de quadrilha e os crimes fiscal e financeiro", resume o ex-procurador-geral da República Antônio Fernando de Souza, autor da denúncia.
Ele assegura, em entrevista a O Globo publicada hoje, que há elementos de sobra para condenar os principais envolvidos no esquema, como José Dirceu e Marcos Valério: "Eram provas, não eram apenas indícios, que foram corroboradas depois com laudos periciais".
Um dos laudos foi feito pela Polícia Federal e comprova o uso de dinheiro do contribuinte para irrigar os dutos da corrupção, como os saques de R$ 4,6 milhões realizados em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro que tiveram como fonte recursos que a empresa DNA, de Valério, recebeu do fundo Visanet para prestar serviços de publicidade ao Banco do Brasil.
Outros R$ 7,2 milhões saíram da SMP&B, também do publicitário.
O mensalão é a mãe de todos os escândalos de corrupção que se seguiram no governo Lula, e se estenderam também à gestão de Dilma Rousseff. Seu DNA está presente, por exemplo, no recém-descoberto esquema de desvio de dinheiro no Banco do Nordeste, usando os mesmos estratagemas espúrios.
"Pelo número e importância das pessoas envolvidas, pela instância máxima do julgamento (STF) e pela grande cobertura da imprensa, pode-se dizer que se trata da mais importante denúncia de irregularidade da história da República", define o historiador José Murilo de Carvalho.
"Acho que não tem nada parecido na história do Brasil", corrobora a cientista política Maria Celina d'Araújo, da PUC do Rio.
"Trata-se da mais grave agressão aos valores democráticos que se possa conceber", descreveu a Procuradoria-Geral da República na peça acusatória, apresentada em 2007.
O mensalão foi "o mais atrevido e escandaloso esquema de corrupção e de desvio de dinheiro público flagrado no Brasil", segundo o procurador Roberto Gurgel, a quem caberá sustentar a denúncia da PGR no Supremo a partir do próximo dia 2.
Com esforço de milhões de cidadãos, o Brasil vem dando, ao longo das últimas décadas, passos importantes rumo à sua modernização, provendo melhores e mais dignas condições de vida à sua população.
Julgar o mensalão irá significar mais um passo importante nesta caminhada. Se já restauramos a democracia, estabilizamos a economia e reduzimos a pobreza, a hora, agora, é de extirpar a corrupção, que a tudo dizima.
Fonte: Instituto Teotônio Vilela
A hora e a vez do mensalão
É hora de virar a página da corrupção que assola o país desde a ascensão do PT.
As 50 mil páginas dos 300 volumes que compõem o processo estão repletas de provas de que o partido de Lula, Dilma e José Dirceu surrupiou dinheiro dos cofres públicos para financiar um festival de crimes que vão de formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva a peculato, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta.
Em reportagem no domingo, O Globo estimou em "pelo menos" R$ 101,6 milhões o montante desviado pelo PT para comprar apoio de parlamentares, corromper servidores públicos, lesar o erário, driblar o fisco - enfim, praticar atos corruptos - a fim de perpetuar-se no poder após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva.
A cifra resulta de apurações feitas por investigadores da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e do Tribunal de Contas da União, mas pode ser ainda maior.
Segundo a Folha de S.Paulo, o mensalão teria mobilizado R$ 141 milhões em dois anos, somando empréstimos bancários e recursos desviados de contratos com o setor público.
A defesa dos mensaleiros argumenta que não houve pagamento de mesada a parlamentares para votar com o governo petista nos idos de 2003 a 2005. A realidade é que existiu não apenas isso, como também coisa muito pior:
a montagem de uma rede para corromper o poder público, parasitá-lo, carcomer as estruturas da República.
O mensalão é isto.
"A palavra 'mensalão' dá a impressão de uma fila de pessoas que, ao fim do mês, vai receber alguma coisa. Nada a ver com isso. Ali tem peculato, corrupção ativa, corrupção passiva, formação de quadrilha e os crimes fiscal e financeiro", resume o ex-procurador-geral da República Antônio Fernando de Souza, autor da denúncia.
Ele assegura, em entrevista a O Globo publicada hoje, que há elementos de sobra para condenar os principais envolvidos no esquema, como José Dirceu e Marcos Valério: "Eram provas, não eram apenas indícios, que foram corroboradas depois com laudos periciais".
Um dos laudos foi feito pela Polícia Federal e comprova o uso de dinheiro do contribuinte para irrigar os dutos da corrupção, como os saques de R$ 4,6 milhões realizados em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro que tiveram como fonte recursos que a empresa DNA, de Valério, recebeu do fundo Visanet para prestar serviços de publicidade ao Banco do Brasil.
Outros R$ 7,2 milhões saíram da SMP&B, também do publicitário.
O mensalão é a mãe de todos os escândalos de corrupção que se seguiram no governo Lula, e se estenderam também à gestão de Dilma Rousseff. Seu DNA está presente, por exemplo, no recém-descoberto esquema de desvio de dinheiro no Banco do Nordeste, usando os mesmos estratagemas espúrios.
"Pelo número e importância das pessoas envolvidas, pela instância máxima do julgamento (STF) e pela grande cobertura da imprensa, pode-se dizer que se trata da mais importante denúncia de irregularidade da história da República", define o historiador José Murilo de Carvalho.
"Acho que não tem nada parecido na história do Brasil", corrobora a cientista política Maria Celina d'Araújo, da PUC do Rio.
"Trata-se da mais grave agressão aos valores democráticos que se possa conceber", descreveu a Procuradoria-Geral da República na peça acusatória, apresentada em 2007.
O mensalão foi "o mais atrevido e escandaloso esquema de corrupção e de desvio de dinheiro público flagrado no Brasil", segundo o procurador Roberto Gurgel, a quem caberá sustentar a denúncia da PGR no Supremo a partir do próximo dia 2.
Com esforço de milhões de cidadãos, o Brasil vem dando, ao longo das últimas décadas, passos importantes rumo à sua modernização, provendo melhores e mais dignas condições de vida à sua população.
Julgar o mensalão irá significar mais um passo importante nesta caminhada. Se já restauramos a democracia, estabilizamos a economia e reduzimos a pobreza, a hora, agora, é de extirpar a corrupção, que a tudo dizima.
Fonte: Instituto Teotônio Vilela
A hora e a vez do mensalão
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