Tomou posse no dia 3 de maio, quinta-feira.
No dia seguinte teve um compromisso, às 10h.
Reapareceu após quatro dias.
Mas, de acordo com sua agenda oficial, seu expediente foi restrito:
duas atividades pela manhã, não mais que duas horas.
No dia 9, compareceu ao ministério, outra vez só pela manhã, para uma palestra.
Na quinta, não mudou a rotina:
um compromisso.
No dia posterior, mais ociosidade:
uma atividade, no final da tarde.
Em seguida, três dias de folga.
Reapareceu no dia 15, uma terça, para um evento às 10h30.
Mais nada.
O mais bizarro é que o ministro desapareceu um mês ─ um mês!
Será que quis gozar das férias?
Já?
Só voltou no dia 14 de junho.
Estava na Suíça, que ninguém é de ferro.
Aí, como um homem de hábitos arraigados, tirou mais quatro dias de descanso.
Em 19 de junho, uma terça, Daudt Brizola resolveu compensar a ociosidade.
Marcou três audiências:
das 15 às 18 horas, trabalhando três horas.
Na quarta foi assistir a Rio+20.
Na quinta, folga.
Na sexta participou de um evento, pela manhã, no Rio, onde mora.
Pesquisando sua agenda, achei que ele finalmente iria assumir o trabalho no ministério do Trabalho. Sou um ingênuo.
Submergiu mais cinco dias.
Ressurgiu no dia 27.
E aí, workaholic, trabalhou três horas pela manhã, duas e meia à tarde.
No dia posterior, repetiu a dose.
Na sexta-feira, veio a São Paulo e em seis horas visitou quatro centrais sindicais.
Em junho, trabalhou oito dias.
Só em um deles a jornada se aproximou das oito horas diárias.
Em julho, Daudt Brizola só começou trabalhar na terça-feira:
ele não gosta das segundas-feiras.
Mas nada muito estafante:
90 minutos pela manhã, começando às 10h.
À tarde, a mesma jornada, a partir das 16h.
Na quarta, cinco horas.
Na quinta, descansou pela manhã, almoçou tranquilo e só começou seu expediente às 14h30.
Foi embora três horas depois.
Na sexta, só compareceu ao ministério à tarde, por 60 minutos.
Às 15h, estava liberado.
Afinal, tem o happy hour.
Na segunda semana de julho, como um Stakhanov, resolveu ser um herói do trabalho.
Registrou atividades de segunda a sexta.
Claro que com o espírito macunaímico:
em dois dias só teve um compromisso.
Parecia, apenas parecia, que finalmente o ministro do Trabalho iria trabalhar.
Mais uma vez acabei me equivocando.
Como de hábito, deixou a segunda de lado.
Só apareceu na terça, à tarde, reservando 60 minutos para a labuta.
Na quarta, mais três horas de expediente.
No dia seguinte, o ministro sumiu.
Só voltou seis dias depois, e somente à tarde.
E voltou a se evadir do dia 25 ─ é devoto de São Cristovão?
Paro por aqui.
Não vale a pena cansar o leitor da Folha com as ausências ao trabalho do ministro.
Será que a presidente não tem conhecimento do absenteísmo do ministro?
Com tanta greve, o que ele fez?
E o que diria Leonel Brizola ─ que trabalhou e estudou com enorme dificuldade, se formou engenheiro em um curso noturno, quando era deputado estadual ─ vendo um neto tão pouco afeito ao labor?
Em tempo: Brizola Neto é o irmão, não ele.
MARCO ANTONIO VILLA
Um comentário:
Essa é maneira petista de trabalhar: fazer nada, férias, ótimo salário.
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