A repercussão negativa do anúncio da possível fusão do Carrefour com o Pão de Açúcar, com apoio financeiro de R$ 3,9 bilhões do BNDES, preocupou o governo.
Do Palácio do Planalto saiu ontem a ordem de “redobrar a cautela" com a operação, para que não prevaleça a ideia de que o governo está se intrometendo em um negócio privado e atuando para torná-lo viável.
A cúpula do governo se sentiu "desconfortável" com a ideia de apoiar um negócio em que há violenta rejeição de um dos sócios, o Casino, que tem o direito de assumir o controle da rede em 2012.
Representantes legais do Casino estiveram no BNDES, na quarta-feira, para alertar a banco de que estava apoiando uma operação ilícita e que feria contrato entre os sócios. Argumentaram que a iniciativa era um risco para a imagem do BNDES e do próprio país, pois a operação não seria aprovada e sofreria questionamentos judiciais.
O acordo de acionistas entre Abilio Diniz e Casino diz que nenhum deles pode praticar "qualquer ato" que prejudique o controle do Pão de Açúcar detido pela Wilkes, holding que controla a varejista brasileira.
É nessa companhia que estão todas as regras de convivência dos sócios.
A proposta do BTG Pactual de combinação de Pão de Açúcar com Carrefour acaba com a figura do controlador, pois dilui o capital da empresa em diversas fatias menores. Assim, faz com que a existência da Wilkes perca o sentido.
O Casino entende que essa cláusula está sendo ferida e, portanto, a proposta é ilegal, uma vez que teve como ator principal de sua confecção Abilio Diniz e seu assessor financeiro, a Estater.
Preocupado com os pontos levantados pelo grupo francês - que em 2006 já foi considerado controlador do Pão de Açúcar numa decisão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) -, o BNDES decidiu soltar uma nota na noite de ontem que, aparentemente, parece simples.
O comunicado, porém, traz um ponto valioso ao Casino:
a primeira manifestação pública e por escrito de que os contratos serão respeitados.
"O BNDES reitera seu compromisso com a estrita observância das leis e dos contratos, baseado em rigorosos princípios de ética nos negócios e de nenhuma forma compactua com expedientes que os contrariem", diz a nota.
O Casino ficou satisfeito com a declaração oficial e acredita que ela enfraquece a posição de Diniz. O grupo francês estava desconfortável com a proposta de fusão do Carrefour também por que ela não menciona expressamente que a operação depende do aval da Wilkes, controlador do Pão de Açúcar.
Graziella Valenti | De São Paulo Valor Econômico
Do Palácio do Planalto saiu ontem a ordem de “redobrar a cautela" com a operação, para que não prevaleça a ideia de que o governo está se intrometendo em um negócio privado e atuando para torná-lo viável.
A cúpula do governo se sentiu "desconfortável" com a ideia de apoiar um negócio em que há violenta rejeição de um dos sócios, o Casino, que tem o direito de assumir o controle da rede em 2012.
Representantes legais do Casino estiveram no BNDES, na quarta-feira, para alertar a banco de que estava apoiando uma operação ilícita e que feria contrato entre os sócios. Argumentaram que a iniciativa era um risco para a imagem do BNDES e do próprio país, pois a operação não seria aprovada e sofreria questionamentos judiciais.
O acordo de acionistas entre Abilio Diniz e Casino diz que nenhum deles pode praticar "qualquer ato" que prejudique o controle do Pão de Açúcar detido pela Wilkes, holding que controla a varejista brasileira.
É nessa companhia que estão todas as regras de convivência dos sócios.
A proposta do BTG Pactual de combinação de Pão de Açúcar com Carrefour acaba com a figura do controlador, pois dilui o capital da empresa em diversas fatias menores. Assim, faz com que a existência da Wilkes perca o sentido.
O Casino entende que essa cláusula está sendo ferida e, portanto, a proposta é ilegal, uma vez que teve como ator principal de sua confecção Abilio Diniz e seu assessor financeiro, a Estater.
Preocupado com os pontos levantados pelo grupo francês - que em 2006 já foi considerado controlador do Pão de Açúcar numa decisão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) -, o BNDES decidiu soltar uma nota na noite de ontem que, aparentemente, parece simples.
O comunicado, porém, traz um ponto valioso ao Casino:
a primeira manifestação pública e por escrito de que os contratos serão respeitados.
"O BNDES reitera seu compromisso com a estrita observância das leis e dos contratos, baseado em rigorosos princípios de ética nos negócios e de nenhuma forma compactua com expedientes que os contrariem", diz a nota.
O Casino ficou satisfeito com a declaração oficial e acredita que ela enfraquece a posição de Diniz. O grupo francês estava desconfortável com a proposta de fusão do Carrefour também por que ela não menciona expressamente que a operação depende do aval da Wilkes, controlador do Pão de Açúcar.
Graziella Valenti | De São Paulo Valor Econômico
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