Após ter crescido cerca de 7,5% em 2010, a maior taxa de expansão em 24 anos, Produto Interno Bruto deve patinar em 2011, com consultores baixando as projeções para até 3,2%
Apesar de ter registrado no ano passado o melhor desempenho desde 1986, a economia brasileira ainda está longe de ostentar taxas médias de crescimento tão expressivas quanto as do regime militar ou mesmo as de governos massacrados por inflação alta e baixo nível de emprego.
Na semana em que o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne para definir a nova taxa básica de juros (Selic) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de 2010, os especialistas se perguntam se o Brasil terá fôlego para, a partir deste ano, saltar de forma convincente em meio a repiques de preços e juros elevados.
No mercado, as desconfianças aumentaram nos últimos dias e já podem ser traduzidas em números.
Diante das dificuldades do Palácio do Planalto em cortar gastos e garantir o poder de compra das famílias, bancos e consultorias revisam suas projeções.
Parte dos analistas, que antes apostava em avanços de 4% a 4,5% do PIB em 2011, agora cogita 3,5% e até 3,2% de expansão.
Se as previsões mais conservadoras se confirmarem, o PIB brasileiro de 2010 fechou em 7,50% — o dado oficial só será conhecido na quinta-feira.
Com esse saldo, a era Luiz Inácio Lula da Silva apresenta média anual de 4,01%, quase o dobro da verificada ao longo dos oito anos de Fernando Henrique Cardoso (2,29%), mas aquém das apuradas durante os governos José Sarney (4,39%) e Itamar Franco (5,38%).
Ainda que a taxa de investimento de quase 20% do PIB deixada por Lula seja uma alavança fundamental para o crescimento, não há garantias reais de que a presidente Dilma Rousseff elevará o desempenho médio da economia nos próximos anos.
Uma das razões está na taxa de juros.
Não é mais consenso entre os economistas que o Copom elevará a Selic em 0,5 ponto percentual na reunião que começa hoje e termina amanhã.
Os relatórios mais recentes produzidos pelas principais instituições financeiras indicam, com frequência, que o ajuste poderá ser de 0,75 ponto percentual.
A taxa básica está em 11,25% ao ano.
No front político, alas do PT questionam nos bastidores a condução da política econômica baseada em juros altos e em enxugamento de despesas voltadas ao investimento público.
O resultado de cada presidente
Desempenho da economia brasileira desde a década de 1960
Fonte: Banco Central
Luciano Pires Correio Braziliense
Apesar de ter registrado no ano passado o melhor desempenho desde 1986, a economia brasileira ainda está longe de ostentar taxas médias de crescimento tão expressivas quanto as do regime militar ou mesmo as de governos massacrados por inflação alta e baixo nível de emprego.
Na semana em que o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne para definir a nova taxa básica de juros (Selic) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de 2010, os especialistas se perguntam se o Brasil terá fôlego para, a partir deste ano, saltar de forma convincente em meio a repiques de preços e juros elevados.
No mercado, as desconfianças aumentaram nos últimos dias e já podem ser traduzidas em números.
Diante das dificuldades do Palácio do Planalto em cortar gastos e garantir o poder de compra das famílias, bancos e consultorias revisam suas projeções.
Parte dos analistas, que antes apostava em avanços de 4% a 4,5% do PIB em 2011, agora cogita 3,5% e até 3,2% de expansão.
Se as previsões mais conservadoras se confirmarem, o PIB brasileiro de 2010 fechou em 7,50% — o dado oficial só será conhecido na quinta-feira.
Com esse saldo, a era Luiz Inácio Lula da Silva apresenta média anual de 4,01%, quase o dobro da verificada ao longo dos oito anos de Fernando Henrique Cardoso (2,29%), mas aquém das apuradas durante os governos José Sarney (4,39%) e Itamar Franco (5,38%).
Ainda que a taxa de investimento de quase 20% do PIB deixada por Lula seja uma alavança fundamental para o crescimento, não há garantias reais de que a presidente Dilma Rousseff elevará o desempenho médio da economia nos próximos anos.
Uma das razões está na taxa de juros.
Não é mais consenso entre os economistas que o Copom elevará a Selic em 0,5 ponto percentual na reunião que começa hoje e termina amanhã.
Os relatórios mais recentes produzidos pelas principais instituições financeiras indicam, com frequência, que o ajuste poderá ser de 0,75 ponto percentual.
A taxa básica está em 11,25% ao ano.
No front político, alas do PT questionam nos bastidores a condução da política econômica baseada em juros altos e em enxugamento de despesas voltadas ao investimento público.
O resultado de cada presidente
Desempenho da economia brasileira desde a década de 1960
Governo - Período - Média anual (em %)
Regime militar - 1964-1984 - 6,29
Sarney - 1985-1989 - 4,39
Collor - 1990-1992 - -1,29
Itamar - 1993-1994 - 5,38
FHC - 1 1995-2002 - 2,29
Lula* - 2003-2010 - 4,01
* Considerando a expectativa de expansão de 7,50% em 2010
Regime militar - 1964-1984 - 6,29
Sarney - 1985-1989 - 4,39
Collor - 1990-1992 - -1,29
Itamar - 1993-1994 - 5,38
FHC - 1 1995-2002 - 2,29
Lula* - 2003-2010 - 4,01
* Considerando a expectativa de expansão de 7,50% em 2010
Luciano Pires Correio Braziliense
Um comentário:
Desde que o IBGE alterou a metodologia em 2003, quebrando as séries históricas dos índices mais importantes, com aparelhamento político deste instituto, do IPEA etc., não se pode lever a sério os índices do PIB do desgoverno Lula.
Em 2010, por exemplo, ficou patente que o crescimento não passou de 2%, pois consideraram "crescimento" os mais de 5 % de diferença entre a inflação real (11,32% segundo o IGPM da FGV, único índice não manipulado até o momento) e a inflação oficial, de 5,92%.
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