Luciana Otoni, de Brasília Valor Econômico
As importações cresceram mais que as exportações em julho, o que aprofundou a retração do saldo comercial brasileiro.
O país encerra os sete primeiros meses do ano com superávit de US$ 9,2 bilhões, 45% menor que o registrado em igual período de 2009.
A tendência é que a redução do superávit se mantenha frente à dificuldade de recuperação dos Estados Unidos e da Europa, situação que limita a evolução das vendas das empresas brasileiras no exterior.
Em julho, as exportações somaram US$ 17,6 bilhões, 30,7% maiores em relação a igual mês de 2009 e 1,3% abaixo do resultado de junho.
As importações totalizaram US$ 16,3 bilhões, com alta de 51,9% frente igual mês do ano passado, 5,1% acima do verificado em junho.
No lado das importações, os gastos chegaram a US$ 97,6 bilhões, 45% acima do registrado entre janeiro e julho.
Desse montante, US$ 45,6 bilhões correspondem à compra de matérias-primas, seguidos dos US$ 21,5 bilhões usados na compra de máquinas.
As importações de bens de consumo representaram US$ 16,3 bilhões.
No contexto do real valorizado, o secretário de Comércio Exterior (Secex), Welber Barral chamou a atenção para o risco de que o menor ritmo de crescimento da economia prejudique mais a industrial local do que as compras feitas no exterior.
"Há um detalhe importante e que representa um risco para a indústria brasileira: Se há redução da demanda interna, haverá diminuição de importação. Esse é o efeito natural. Entretanto, dependendo do produto e do efeito cambial, pode haver redução maior da demanda (produção) interna que da importação", afirmou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário