O ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, anunciou nesta terça-feira (10) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou um decreto que prevê a aplicação pelo Brasil das sanções contra o Irã aprovadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.
O Irã foi punido por causa de seu programa nuclear em uma decisão tomada pela maioria dos membros do conselho.
Na ocasião, o Brasil foi o único a votar contra as sanções.
Segundo Amorim, Lula assinou o documento “contrariado” porque o governo nunca apoiou a adoção de medidas de retaliação ao programa de enriquecimento de urânio do país comandado por Mahmoud Ahmadinejad.
Com a assinatura do decreto, o Brasil passará adotar as restrições comerciais previstas ao Irã.
“O presidente Lula, como aliás havia sido dito desde o início que ocorreria, assinou o decreto internalizando a resolução 1929 do Conselho de Segurança, que é a resolução que expandiu as sanções contra o Irã”, disse o ministro.
“O presidente Lula assinou o decreto porque tem a tradição de cumprir com as resoluções do Conselho de Segurança mesmo quando não concorde com elas, por ser fiel ao multilateralismo e por ser contra decisões unilaterais”, disse o ministro.
Apesar de justificar a internalização das sanções no Brasil, Amorim voltou a criticar a decisão da ONU de punir o país islâmico. Para o ministro, as punições estimulam o radicalismo ao invés de contribuírem para resolver o impasse.
“Obviamente não cremos que o isolamento contribua para a solução pacífica da questão. O isolamento em geral contribui para mais radicalismo. O isolamento geralmente atinge os mais pobres, os mais vulneráveis”, disse.
“Não atinge o agronegócio porque alimentos não estão incluídos. Na creio que haja nada que diretamente nos atinja no que nós estamos fazendo hoje”, disse.
“Alguns bancos e algumas empresas que foram suspeitas de terem envolvimento com atividades nucleares há uma recomendação de que não haja negócio com elas”, explicou o ministro.
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