A Justiça Federal conseguiu bloquear R$ 3,2 milhões em uma conta do ex-diretor de Serviços e Engenharia da Petrobrás, Renato Duque – nome do PT no esquema alvo da Lava Jato, além de R$ 8,5 milhões nas contas de duas empresas do operador do PMDB, Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano, e ainda R$ 10,2 milhões em em duas contas do presidente da UTC Engenharia, Ricardo Ribeiro Pessoa, apontado pela Polícia Federal como coordenador do ‘clube’ de empreiteiras que formaram cartel para fraudar contratos com a estatal petrolífera.
O embargo de valores dos investigados foi decretado pelo juiz Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato. A ordem foi transmitida para o Banco Central que mantém um sistema próprio de identificação imediata de contas nas instituições financeiras de pessoas físicas e jurídicas.
Sérgio Moro determinou que fossem bloqueados até R$ 20 milhões das contas de cada investigado por formação de cartel, corrupção, fraudes em contratos e lavagem de dinheiro na Lava Jato.
Duque, preso desde a última sexta-feira, 14, na Sede da Polícia Federal em Curitiba, é apontado como responsável do PT pela cobrança de propina dentro da Petrobrás. Por meio da Diretoria de Serviços, o partido ficava com 2% de todos os contratos da estatal, segundo afirmaram os delatores do processo Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento, e Alberto Youssef, doleiro.
Em uma conta que ele mantinha no banco Santander, foram bloqueados R$ 3.247.190,00. Duque foi apontado pelos executivos das empresas Toyo e Setal, Julio Gerin Camargo e Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, como o contato do “clube” montado pelas construtoras Camargo Corrêa, OAS, Odebrecht, Andrade Gutierrez, Mendes Júnior, Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, UTC e Engevix.
O grupo se reunia para definir obras e valores de grandes contratos públicos. Segundo os delatores, o presidente da UTC, Ricardo Pessoa, que está entre os 11 executivos presos preventivamente, era o “coordenador” do grupo.
Em uma conta de Pessoa, no Citibank, foram apreendidos pela Justiça Federal R$ 10.138.792,61. Ao todo, a Justiça decretou o bloqueio de valores nas contas de 16 investigados e três empresas – ligadas ao operador do PMDB e a Duque.
O homem apontado como operador do esquema de propina e lavagem de dinheiro pelo PMDB, Fernando Baiano, havia apenas R$ 9 mil. Mas nas contas de duas de suas três empresas foram encontrados R$ 8, 5 milhões. São R$ 6.561.074,71 numa conta da Hawk Eyes Administração de Bens, no banco Citibank. Na conta da Technis Planejamento e Gestão em Negócios, no banco Santander, foram bloqueados R$ 2.001.344,84.
O maior volume de dinheiro foi encontrado em cinco contas do empreiteiro Gérson de Mello Almada: R$ 22,6 milhões. Almada é vice-presidente da Engevix Engenharia.
VEJA A LISTA DOS ALVOS DA LAVA JATO COM R$ 47 MILHÕES BLOQUEADOS EM CONTA
R$ 101.604,14
2) Gérson de Mello Almada, vice presidente da Engevix Engenharia:
R$ 22. 615.150, 27
3) Sérgio Cunha Mendes, vice presidente executivo da Mendes Jr:
3) Sérgio Cunha Mendes, vice presidente executivo da Mendes Jr:
R$ 700.407,06
4) José Ricardo Nogueira Breghirolli, funcionário da OAS:
4) José Ricardo Nogueira Breghirolli, funcionário da OAS:
R$ 691.177,12
5) Walmir Pinheiro Santana, diretor da UTC Engenharia:
5) Walmir Pinheiro Santana, diretor da UTC Engenharia:
R$ 9.302,59
6) Dalton dos Santos Avancini, presidente da Construtora Camargo Corrêa:
6) Dalton dos Santos Avancini, presidente da Construtora Camargo Corrêa:
R$ 852.375,70
7) Eduardo Hermelino Leite, vice presidente da Camargo Corrêa:
7) Eduardo Hermelino Leite, vice presidente da Camargo Corrêa:
R$ 463.316,45
8) José Aldemário Pinheiro Filho ( Leo Pinheiro), presidente da OAS:
8) José Aldemário Pinheiro Filho ( Leo Pinheiro), presidente da OAS:
R$ 52.357,15
9) Ricardo Ribeiro Pessoa, presidente da UTC Engenharia:
9) Ricardo Ribeiro Pessoa, presidente da UTC Engenharia:
R$ 10.221.860. 68
10) Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor da Área Internacional da OAS:
R$ 46.885,10
11) Othon Zanoide de Moraes Filho, diretor executivo da Queiroz Galvão:
10) Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor da Área Internacional da OAS:
R$ 46.885,10
11) Othon Zanoide de Moraes Filho, diretor executivo da Queiroz Galvão:
R$ 166.592,14
12) Ildefonso Colares Filho:
12) Ildefonso Colares Filho:
R$ 7.511,80
13) Valdir Lima Carreiro, presidente da Iesa Óleo e Gás:
13) Valdir Lima Carreiro, presidente da Iesa Óleo e Gás:
17 contas entre ativas e inativas com saldo zero
14) Érton Medeiros Fonseca, diretor presidente de Engenharia Industrial da Galvão Engenharia:
14) Érton Medeiros Fonseca, diretor presidente de Engenharia Industrial da Galvão Engenharia:
8 contas com saldo zero
15) Fernando Antonio Falcão Soares, Fernando Baiano:
15) Fernando Antonio Falcão Soares, Fernando Baiano:
R$ 8.873,79
16) Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobrás:
16) Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobrás:
R$ 3.247.190,63.
17) Hawk Eyes Administração de Bens (empresa de Fernando Baiano):
17) Hawk Eyes Administração de Bens (empresa de Fernando Baiano):
R$ 6.561.074,71.
18) Technis Planejamento e Gestão em Negócios:
18) Technis Planejamento e Gestão em Negócios:
R$ 2.001.344,84.:
19) D3TM Consultoria e Participações (empresa de Fernando Baiano):
19) D3TM Consultoria e Participações (empresa de Fernando Baiano):
R$ 140.140,69
Ricardo Brandt, enviado especial a Curitiba e Fausto Macedo/Estadão
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