Notícias recentes de diferentes setores da economia já antecipavam o sentimento de que o Brasil caminhava para um resultado ruim em termos de evolução do Produto Interno Bruto (PIB), o conjunto de informações econômicas utilizado para medir o crescimento econômico.
O IBGE divulgou nesta sexta-feira, 29, que o País encolheu 0,6% no segundo trimestre. O resultado do primeiro trimestre foi revisado de 0,2% para -0,2%. Os resultados colocaram o Brasil em 'recessão técnica', o que ocorre quando há dois trimestres consecutivos de resultado negativo do PIB.
Confira abaixo treze sintomas da recessão:
1. Setor imobiliário
O setor de imóveis começa a mostrar sinais de desaceleração de vendas e lançamentos, após um ciclo de forte expansão. A venda de imóvel novo em São Paulo é a menor para junho em 10 anos.
2. Construção civil
O esfriamento do setor de imóveis tem impacto na construção civil, que é grande empregadora. A situação é pior no tocante às obras de infraestrutura, mas os números das edificações residenciais também desaceleraram.
3. Crédito
A alta dos juros nos empréstimos e financiamentos e as incertezas sobre o futuro da economia em fase de eleições majoritárias afastam empresas do crédito. As empresas tomaram R$ 16,1 bilhões a menos de crédito entre junho e julho.
4. Vendas de veículos
A indústria de veículos do Brasil teve em julho seu pior resultado de produção e vendas para o mês desde 2006, segundo dados divulgados nesta quarta-feira, 6, pela associação que representa o setor.
5. Setor de serviços
O desempenho fraco da indústria e do comércio afeta os resultados do setor de serviços, área que abrange, por exemplo, cabelereiros, dentistas, contadores e muitos outros. A receita do setor em junho foi a menor desde 2012.
6. Indústria de embalagens
A produção de embalagens recuou 0,73% no primeiro semestre de 2014 em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) encomendada pela Associação Brasileira de Embalagem (Abre). O setor de embalagens é considerado um 'indicador antecedente', por mostrar quanto a indústria está produzindo.
7. Cautela dos bancos
Com medo de atrasos e calotes, os bancos ficaram mais comedidos na concessão de crédito. Isso ficou evidente nos dados recentes do desempenho dos bancos divulgados pelo Banco Central.
8. Pacotes de estímulo
Preocupado com os efeitos da alta dos juros e da queda da confiança de empresários e consumidores, o governo lançou mais medidas para incentivar crédito. Os bancos apaudiram o anúncio.
9. Pessimismo do mercado
Mercado financeiro vem reduzindo suas previsões para o crescimento da economia brasileira em 2014. Na última segunda-feira, 25, o mercado fez a 13% revisão consecutiva para baixo.
10. Dança da cordinha
As projeções divulgadas pelo Banco Central semanalmente mostram que cada vez as projeções ficam menores, em um processo que foi apelidado de 'dança da cordinha' pelo jornal Financial Times.
11. Clima político
O mau desempenho da economia brasileira já vem sendo usado por todos os adversários do governo Dilma nos programas do horário eleitoral gratuito. A incerteza política contribui para piorar a confiança de investidores, empresários e consumidores. Esta semana a palavra recessão deve passar a ser repetida com mais frequência.
12. Pedidos de falência
Os pedidos de falência também indicam uma piora da atividade econômica. Em julho, os pedidos de falência aumentaram 23,7% em comparação a junho, para 141 requerimentos, segundo dados da Serasa Experian.
13. Crise no futebol
Até o futebol brasileiro está em crise.
Além do vexame da seleção brasileira na Copa 2014, os resultados financeiros dos clubes estão mostrando que a fase não está fácil para ninguém. As receitas dos clubes devem repetir este ano o fracasso de 2013, segundo a consultoria Pluri, especializada no mundo esportivo.
Cley Scholz - O Estado de S. Paulo
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