Uma conversa entre Luiz Felipe Scolari com seis jornalistas escolhidos a dedo pelo seu assessor de imprensa na última segunda-feira dominou a coletiva de imprensa dada pelo técnico nesta quinta-feira no Castelão, em Fortaleza, palco do jogo entre Brasil e Colômbia na sexta pelas quartas de final da Copa do Mundo.
O técnico minimizou o encontro.
Disse que gosta de conversar com amigos da imprensa desde seus primeiros trabalhos e de ouvir dicas desses profissionais. “Posso levar em consideração ou não”, disse. Aos insatisfeitos com essa relação dele com alguns repórteres, o técnico mandou o recado. “Eu sempre fiz isso, gente. Não vou ser pautado por A ou B. Vou fazer do meu jeito. Gostou, gostou. Se não gostou vai para o inferno”, disse.
NO FINANCIAL TIMES :
É difícil pensar em uma humilhação maior na história desportiva do que o placar de 7 a 1 da Alemanha contra Brasil. Em reportagem publicada nesta quarta, 9, dia seguinte à tragédia, o jornal britânico Financial Times lembra que muitos times de futebol perderam por 7 a 1, “mas nunca o autoproclamado ‘país do futebol’, [...]
É difícil pensar em uma humilhação maior na história desportiva do que o placar de 7 a 1 da Alemanha contra Brasil. Em reportagem publicada nesta quarta, 9, dia seguinte à tragédia, o jornal britânicoFinancial Times lembra que muitos times de futebol perderam por 7 a 1, “mas nunca o autoproclamado ‘país do futebol’, vencedor de cinco Copas do Mundo, anfitrião e favorito para o torneio, jogando em uma semifinal”.
Para o estatístico norte-americano Nate Silver, citado pelo jornal, esse era o placar mais inesperado na história da Copa do Mundo, com base em classificações pré-jogo das equipes.
Simbolicamente, na visão do FT, foi um final apropriado para os longos anos de boom econômico do Brasil. Mas, em termos desportivos, foi algo mais específico: o fim da tradição do futebol do Brasil. A frase “joga bonito” agora pode ser abandonada junto com clichês sobre “futebol samba”, afirma.
Segundo o período britânico, os brasileiros pararam de oferecer fintas, dribles e belos gols há muito tempo. Eles devem agora certamente perceber que o País precisa, mais rápido do que pensa, adotar um novo um estilo “mais europeu, mais alemão”, diz o FT. O futebol brasileiro precisa começar de novo também, idealmente, liderada por treinadores alemães, emenda o jornal.
Para o FT, depois de os jogadores brasileiros choraram em campo, a presidente Dilma Rousseff deve se sentir perturbada também, antes das eleições de outubro. “Ela expressou sua tristeza pela derrota no Twitter”, lembra o jornal. “Não vamos nos deixar alquebrar (enfraquecer). Brasil, ‘levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima’”, escreveu ela, citando a letra do conhecido samba “Volta por cima”, de Paulo Vanzolini.
No entanto, historicamente, não há correlação entre o desempenho do Brasil em Copas do Mundo e o desempenho nas eleições no mesmo ano. “Muitos têm mantido Dilma responsável pelo desperdício, gastos excessivos, mas organização relativamente boa do torneio”, afirma o FT.
“A responsabilidade pelo 7 a 1 reside, em primeiro lugar, nos jogadores infelizes da Seleção e seu treinador sem imaginação Luiz Felipe Scolari, mas, de forma mais ampla, no futebol tradicional desatualizado do país”.
(Olívia Bulla, da Agência Estado)
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