A demanda das empresas por crédito está abaixo do que esperavam os bancos para o ano. É o que mostram dados de um levantamento do Banco Central no primeiro trimestre e o que continuaram a perceber as instituições financeiras nos meses seguintes.
Essa informação, combinada aos sucessivos dados decepcionantes de atividade econômica e emprego nas últimas semanas, coloca em dúvida se as companhias brasileiras como um todo voltarão, ainda em 2013, a ter disposição para se endividar.
No cenário atual, relatam os bancos, a procura por crédito pelas empresas vem se restringindo aos recursos direcionados - aqueles com origem e destino certos -, universo limitado ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), crédito rural e imobiliário. Além disso, respondem pela maior parte dessa demanda setores que ainda mostram fôlego, como o agronegócio.
Um levantamento do próprio Banco Central mostra o descompasso entre as expectativas das instituições financeiras e a realidade das empresas. Trimestralmente, a autoridade monetária faz uma pesquisa sobre variações nas condições do crédito brasileiro (demanda, oferta e aprovações), comparando o que esperavam os bancos para o período com o que de fato observaram.
No cenário atual, relatam os bancos, a procura por crédito pelas empresas vem se restringindo aos recursos direcionados - aqueles com origem e destino certos -, universo limitado ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), crédito rural e imobiliário. Além disso, respondem pela maior parte dessa demanda setores que ainda mostram fôlego, como o agronegócio.
Um levantamento do próprio Banco Central mostra o descompasso entre as expectativas das instituições financeiras e a realidade das empresas. Trimestralmente, a autoridade monetária faz uma pesquisa sobre variações nas condições do crédito brasileiro (demanda, oferta e aprovações), comparando o que esperavam os bancos para o período com o que de fato observaram.
Na edição do primeiro trimestre, as expectativas de demanda por crédito pelas empresas se mostraram frustradas.
Na pesquisa, o BC pede para que os bancos informem, numa escala de -2 a 2, o que esperam da demanda, da oferta e da aprovação no período, para quatro modalidades de crédito: pequena e média empresa, grandes companhias, consumo e imobiliário. Um valor 2 indica uma melhora considerável no quesito enquanto -2 mostra o oposto. A amostra da autoridade representa 95% do crédito em cada modalidade.
No primeiro trimestre, os bancos esperavam 0,41 ponto na demanda por crédito das grandes empresas, ou seja, uma melhora modesta na procura. Veio 0,18. A oferta, estimada em -0,14 ponto (ligeira piora), veio praticamente em linha. No caso das empresas de pequeno e médio portes, a expectativa de demanda era de 0,45 ponto.
Na pesquisa, o BC pede para que os bancos informem, numa escala de -2 a 2, o que esperam da demanda, da oferta e da aprovação no período, para quatro modalidades de crédito: pequena e média empresa, grandes companhias, consumo e imobiliário. Um valor 2 indica uma melhora considerável no quesito enquanto -2 mostra o oposto. A amostra da autoridade representa 95% do crédito em cada modalidade.
No primeiro trimestre, os bancos esperavam 0,41 ponto na demanda por crédito das grandes empresas, ou seja, uma melhora modesta na procura. Veio 0,18. A oferta, estimada em -0,14 ponto (ligeira piora), veio praticamente em linha. No caso das empresas de pequeno e médio portes, a expectativa de demanda era de 0,45 ponto.
De novo, o valor registrado foi de 0,18, ao passo que a oferta ficou em linha com o projetado.
"A expectativa de demanda está muito relacionada à expectativa de PIB. No segundo semestre do ano passado, orçamos 4% de crescimento na economia em 2013. Hoje a expectativa está em torno de 2,5%", afirma o diretor de empréstimos e financiamentos do Bradesco, José Ramos Rocha Neto.
"A expectativa de demanda está muito relacionada à expectativa de PIB. No segundo semestre do ano passado, orçamos 4% de crescimento na economia em 2013. Hoje a expectativa está em torno de 2,5%", afirma o diretor de empréstimos e financiamentos do Bradesco, José Ramos Rocha Neto.
"Mas o segundo semestre é tradicionalmente melhor, e julho e agosto serão meses chave."
Só que, com a piora do cenário econômico, é possível que a demanda caia ainda mais. "Percebemos os primeiros sinais de preocupação dos empresários com o prognóstico da economia, o que, por fim, poderia diminuir a demanda por crédito", afirma Cristiane Nogueira, superintendente executiva do segmento de pequenas e médias empresas do Santander.
A executiva afirma que, até abril, o banco sentia uma recuperação da demanda das empresas por crédito na comparação com o fim de 2012. Mas, segundo ela, o banco teria condições de conceder mais crédito, se houvesse demanda.
Só que, com a piora do cenário econômico, é possível que a demanda caia ainda mais. "Percebemos os primeiros sinais de preocupação dos empresários com o prognóstico da economia, o que, por fim, poderia diminuir a demanda por crédito", afirma Cristiane Nogueira, superintendente executiva do segmento de pequenas e médias empresas do Santander.
A executiva afirma que, até abril, o banco sentia uma recuperação da demanda das empresas por crédito na comparação com o fim de 2012. Mas, segundo ela, o banco teria condições de conceder mais crédito, se houvesse demanda.
Felipe Marques | De São Paulo
Valor Econômico
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