Ao contrapor a realidade como limite ao excesso de idealização, o deputado Ulysses Guimarães dizia a interlocutores “sonháticos” que na política manda “Sua Excelencia, o fato”, agora representado pelo tomate inflacionário, vilão que trouxe para as ruas a preocupação econômica até então circunscrita aos especialistas.
O fato impõe sério revés à estratégia do Planalto de manter no âmbito técnico o debate sobre a economia e põe em xeque o diagnóstico precoce de que sua fase negativa não afetaria o bolso do eleitor a tempo de influir na campanha presidencial de 2014.
Mais cedo ainda do que supunham mesmo os mais pessimistas, as imagens de consumidores revoltados em supermercados ganharam espaço nos telejornais exibidos no horário nobre, o tomate virou piada nacional nas redes sociais, e os candidatos de oposição a presidente Dilma Rousseff ganharam a munição eficiente para difundir a dúvida sobre sua capacidade gestora.
“Sua Excelência, o tomate”, é o figurino recente da "Velha senhora”, a inflação, dada como a única ameaça à reeleição da presidente se, em médio prazo, não for contida.
Para enfrentá-la, aumentam-se os juros o que, por sua vez, encarece investimentos e põe um freio na anestesia do consumo, ópio do eleitorado.
O governo, que receia mais do que demonstra, prepara-se para essas providências, cuja protelação pretendia estender, dispondo-se a pagar o preço após a reeleição da presidente Dilma.
Mas a conta chegou mais cedo, combinando inflação e falta de investimentos e exibindo a insuficiência das desonerações em série como antídoto eficaz.
João Bosco Rabello O Estado de S. Paulo
O fato impõe sério revés à estratégia do Planalto de manter no âmbito técnico o debate sobre a economia e põe em xeque o diagnóstico precoce de que sua fase negativa não afetaria o bolso do eleitor a tempo de influir na campanha presidencial de 2014.
Mais cedo ainda do que supunham mesmo os mais pessimistas, as imagens de consumidores revoltados em supermercados ganharam espaço nos telejornais exibidos no horário nobre, o tomate virou piada nacional nas redes sociais, e os candidatos de oposição a presidente Dilma Rousseff ganharam a munição eficiente para difundir a dúvida sobre sua capacidade gestora.
“Sua Excelência, o tomate”, é o figurino recente da "Velha senhora”, a inflação, dada como a única ameaça à reeleição da presidente se, em médio prazo, não for contida.
Para enfrentá-la, aumentam-se os juros o que, por sua vez, encarece investimentos e põe um freio na anestesia do consumo, ópio do eleitorado.
O governo, que receia mais do que demonstra, prepara-se para essas providências, cuja protelação pretendia estender, dispondo-se a pagar o preço após a reeleição da presidente Dilma.
Mas a conta chegou mais cedo, combinando inflação e falta de investimentos e exibindo a insuficiência das desonerações em série como antídoto eficaz.
João Bosco Rabello O Estado de S. Paulo
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