A inflação brasileira acelerou o passo em abril, com nível elevado de disseminação da alta dos preços e afetada pelos alimentos e gastos com habitação, em mais um sinal de resistência da inflação em patamar elevado apesar das medidas adotadas pelo governo para segurar os preços.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,51 por cento em abril, ante alta de 0,49 por cento em março, acumulando em 12 meses 6,51 por cento, informou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com o resultado de abril, a prévia da inflação oficial superou o teto da meta do governo, de 6,50 por cento pelo IPCA, e ficou acima dos 12 meses imediatamente anteriores (6,43 por cento).
O IPCA, referência para a meta de inflação, já havia superado o teto em março, ao acumular alta de 6,59 por cento em 12 meses.
"O quadro não mostra sinal de arrefecimento (do preços)", resumiu o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa. Ele destacou que, embora a difusão tenha passado de 70 por cento nos últimos meses para 68 por cento em abril, "mostra um patamar elevado de disseminação da alta e um quadro de resistência da inflação".
O resultado mensal de abril do IPCA-15 igualou a projeção mais alta em pesquisa realizada pela Reuters, que apontou expectativa de alta de 0,46 por cento segundo a mediana de 26 analistas. As projeções variaram de 0,42 a 0,51 por cento.
Apesar da aceleração da inflação, os juros futuros continuaram caindo nesta sexta-feira, dando continuidade ao movimento iniciado na véspera, por conta da sinalização do BC de que o aperto monetário pode ser menor do que o esperado.
Camila Moreira
(Reuters)
Camila Moreira
(Reuters)
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