Apesar de a economia do Brasil ter crescido a um ritmo mais rápido nos últimos anos, a produtividade não reagiu. Ao contrário, um estudo do Conference Board mostra que a produção média por trabalhador brasileiro tem crescido menos que o visto em outros grandes emergentes desde 1996.
De acordo com o estudo, a produtividade média do brasileiro subiu 0,4% por ano no período entre 1996 e 2005. O ritmo é o pior entre os grandes emergentes citados pelo estudo.
No grupo, todos apresentaram desempenho melhor:
Rússia, com expansão média da produtividade de 3,8% por ano,
Índia (+4,3%),
China (+7,1%),
México (+1,4%),
Indonésia (+1,1%) e Turquia (+4,6%).
Segundo o Conference Board, a produtividade dos brasileiros melhorou entre 2006 e 2011, quando, na média, o indicador subiu anualmente 2%.
Segundo o Conference Board, a produtividade dos brasileiros melhorou entre 2006 e 2011, quando, na média, o indicador subiu anualmente 2%.
Mesmo com essa reação, o ritmo continuou aquém do observado em outras grandes economias emergentes:
Rússia (+3,4%),
Índia (+5,9%),
China (+10,4%) e Indonésia (+3,1%).
O desempenho brasileiro, porém, foi melhor nesse período que o da Turquia, que cresceu média de 1% por ano, e o do México, com expansão anual de 0,5%.
No fim desse segundo período, a produtividade brasileira começou a desacelerar. Em 2011, o índice brasileiro cresceu 0,7%, abaixo da média de 5,9% dos emergentes e também inferior a todos os outros países da comparação.
Em 2012, o índice teve queda de 0,3%.
2012
A produtividade do trabalhador brasileiro caiu "dramaticamente" em 2012. Segundo o estudo, o fraco crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e o contínuo aumento do emprego explicam a piora do desempenho nacional no ano passado.
Os dados vão na contramão do discurso do governo que passou a pregar o aumento da competitividade nos últimos meses.
"O declínio mais dramático na América Latina foi no Brasil, que mostrou queda no nível de produção por pessoa empregada de 0,3% em 2012 após a desaceleração vista em 2010 e 2011", destaca o relatório.
Com isso, a produtividade média do brasileiro ficou em 18,4% do desempenho médio de um trabalhador norte-americano.
O movimento foi na contramão da tendência global, já que a produtividade média mundial subiu 1,8% no ano, para 26,2% do observado nos Estados Unidos.
FERNANDO NAKAGAWA, CORRESPONDENTE/Estadão
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