Pelo segundo mês consecutivo, o emprego na indústria brasileira recuou
como reflexo da atual situação do setor, que ainda mostra sinais de
recuperação frágil. Em setembro, o total de pessoal ocupado caiu 0,3 por
cento sobre agosto, o pior movimento desde maio passado, quando
registrou a mesma contração.
Segundo divulgou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na comparação com o mesmo mês de 2011, o emprego na indústria recuou 1,9 por cento em setembro, no 12º resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto.
Em agosto, o emprego havia registrado queda de 0,1 por cento ante julho, voltando a cair após alta no mês anterior.
"Nada mais natural que, com uma produção menor, as variáveis do mercado de trabalho também reflitam isso", resumiu o economista do IBGE Andre Macedo.
Em setembro, o contingente de trabalhadores sofreu redução em 12 das 14 áreas pesquisadas, na comparação com igual mês do ano passado, sendo que o principal impacto negativo veio de São Paulo, com recuo de 3,1 por cento.
Nos nove primeiros meses de 2012, o indicador recuou 1,4 por cento na comparação com igual período do ano anterior, com taxa negativa em 12 dos 14 locais. Já no acumulado dos últimos 12 meses, o emprego na indústria em geral registrou perda de 1,2 por cento em setembro passado.
O recuo no emprego acompanha o resultado da produção industrial de setembro, que apresentou queda de 1 por cento ante o mês anterior, o pior resultado em oito meses e interrompendo uma sucessão de três meses de expansão da atividade.
"O custo mais elevado de contratar dá uma maior rigidez para o aumento das contratações e a própria produção está aquém dos seus melhores patamares", afirmou Macedo.
No terceiro trimestre, no entanto, a atividade registrou alta de 1 por cento, mas ainda insuficiente para mostrar uma recuperação mais robusta. Para os analistas, os resultados podem refletir uma falta de confiança por parte dos empresários em investir, o que aumenta as dúvidas sobre a recuperação da atividade neste segundo semestre.
A indústria brasileira mostra-se, desde o início do ano, como uma das principais causas para a fraca atividade econômica do país neste período, impactada pela crise internacional. Buscando reverter esse cenário, o governo adotou várias medidas de estímulo, como isenções fiscais, para tentar impulsionar o setor.
Na avaliação do mercado, o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá apenas 1,54 por cento neste ano, segundo a pesquisa Focus do Banco Central. Para a produção industrial, as contas apontam para uma retração de 2,31 por cento no período.
HORAS PAGAS
O IBGE informou ainda que o número de horas pagas caiu 0,6 por cento em setembro em relação a agosto, após taxas ligeiramente positivas em julho (0,3 por cento) e agosto (0,1 por cento).
Na comparação com setembro de 2011, o número de horas pagas recuou 2,6 por cento, a 13a taxa negativa consecutiva nessa comparação.
Para o economista do IBGE, esse recuo pode estar ligado justamente ao ritmo menor de produção em setembro, acompanhando o seu menor dinamismo.
No acumulado dos últimos 12 meses, o número de horas pagas mostrou queda de 2,0 por cento em setembro, permanecendo na trajetória descendente iniciada em fevereiro de 2011 (4,5 por cento).
CAMILA MOREIRA/Estadão
(Reportagem adicional de Rodrigo Viga gaier, no Rio de Janeiro)
Segundo divulgou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na comparação com o mesmo mês de 2011, o emprego na indústria recuou 1,9 por cento em setembro, no 12º resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto.
Em agosto, o emprego havia registrado queda de 0,1 por cento ante julho, voltando a cair após alta no mês anterior.
"Nada mais natural que, com uma produção menor, as variáveis do mercado de trabalho também reflitam isso", resumiu o economista do IBGE Andre Macedo.
Em setembro, o contingente de trabalhadores sofreu redução em 12 das 14 áreas pesquisadas, na comparação com igual mês do ano passado, sendo que o principal impacto negativo veio de São Paulo, com recuo de 3,1 por cento.
Nos nove primeiros meses de 2012, o indicador recuou 1,4 por cento na comparação com igual período do ano anterior, com taxa negativa em 12 dos 14 locais. Já no acumulado dos últimos 12 meses, o emprego na indústria em geral registrou perda de 1,2 por cento em setembro passado.
O recuo no emprego acompanha o resultado da produção industrial de setembro, que apresentou queda de 1 por cento ante o mês anterior, o pior resultado em oito meses e interrompendo uma sucessão de três meses de expansão da atividade.
"O custo mais elevado de contratar dá uma maior rigidez para o aumento das contratações e a própria produção está aquém dos seus melhores patamares", afirmou Macedo.
No terceiro trimestre, no entanto, a atividade registrou alta de 1 por cento, mas ainda insuficiente para mostrar uma recuperação mais robusta. Para os analistas, os resultados podem refletir uma falta de confiança por parte dos empresários em investir, o que aumenta as dúvidas sobre a recuperação da atividade neste segundo semestre.
A indústria brasileira mostra-se, desde o início do ano, como uma das principais causas para a fraca atividade econômica do país neste período, impactada pela crise internacional. Buscando reverter esse cenário, o governo adotou várias medidas de estímulo, como isenções fiscais, para tentar impulsionar o setor.
Na avaliação do mercado, o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá apenas 1,54 por cento neste ano, segundo a pesquisa Focus do Banco Central. Para a produção industrial, as contas apontam para uma retração de 2,31 por cento no período.
HORAS PAGAS
O IBGE informou ainda que o número de horas pagas caiu 0,6 por cento em setembro em relação a agosto, após taxas ligeiramente positivas em julho (0,3 por cento) e agosto (0,1 por cento).
Na comparação com setembro de 2011, o número de horas pagas recuou 2,6 por cento, a 13a taxa negativa consecutiva nessa comparação.
Para o economista do IBGE, esse recuo pode estar ligado justamente ao ritmo menor de produção em setembro, acompanhando o seu menor dinamismo.
No acumulado dos últimos 12 meses, o número de horas pagas mostrou queda de 2,0 por cento em setembro, permanecendo na trajetória descendente iniciada em fevereiro de 2011 (4,5 por cento).
CAMILA MOREIRA/Estadão
(Reportagem adicional de Rodrigo Viga gaier, no Rio de Janeiro)
Nenhum comentário:
Postar um comentário