O Supremo Tribunal Federal (STF) deu início nesta segunda-feira ao processo para fixar as penas dos réus do núcleo político do mensalão - entre eles, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Mas o início da leitura do voto do relator Joaquim Barbosa provocou a ira do revisor Ricardo Lewandowski, que se disse surpreendido com a atitude do ministro.
A princípio, seriam votados, após as definições relativas ao núcleo publicitário, os cálculos realtivos ao núcleo financeiro mas o relator inverteu a ordem antes estabelecida para os votos.
Toda hora V. Excia. vem com uma surpresa! V. Excia. está surpreendendo a todos. O advogado do réu não está aqui! Vim de São Paulo, saindo de uma bvanca de mestrado, se eu soubesse... exasperou-se Lewandowski.
Não interessa de onde V. Excia. veio rebateu Barbosa. Surpresa é sua lentidão ao proferir seu voto.
O revisor então deixou o plenário. Enquanto o presidente do STF, Ayres Britto, tentava restabeleceer a ordem, Barbosa continuava:
Tá vendo? Ele está a fim de obstruir mesmo!
Em seguida, na sessão de hoje, a expectativa é que seja examinada a situação do núcleo financeiro - ou seja, a cúpula do Banco Rural. Três sessões do calendário do julgamento do mensalão serão tomadas por outros assuntos até o fim deste mês, o que poderá levar o julgamento até 2013.
O feriado desta quinta-feira, a posse de Joaquim Barbosa na presidência da Corte e a chegada do ministro Teori Zavascki à Corte ocuparão essas sessões.
Esta semana, o STF dedica duas sessões ao mensalão: hoje e quarta-feira a última com a participação de Ayres Britto, que completa 70 anos no domingo e se aposentará. O julgamento só será retomado no dia 19, sob o comando provisório de Barbosa, também relator do processo.
O mesmo deve ocorrer nos dias 21 e 22, quando Barbosa toma posse como presidente do STF. Para esse dia, não está prevista sessão de julgamento.
Na última semana de novembro, também estão agendadas só duas sessões para o mensalão; no dia 29, Zavascki assume como ministro. Os ministros ainda precisam definir as penas de 22 dos 25 condenados. O STF entra em recesso em 20 de dezembro e só volta em fevereiro de 2013.
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