Na reta final da campanha eleitoral, a influência do PT nos
municípios com mais de 150 mil eleitores diminuiu nestas eleições,
enquanto o aliado PSB e o oposicionista PSDB apresentaram maior avanço.
O levantamento foi feito pelo próprio PT, tendo por universo pesquisas
eleitorais mais recentes divulgadas em 105 dos 119 municípios com mais
de 150 mil eleitores.
O PT tem a prefeitura de 29 dessas prefeituras, mas é lider em 24
delas.
Se isso for confirmado nas urnas, o
partido pode ver seu peso reduzido em 20,8% nessas cidades.
O PSDB, por
outro lado, que tem o comando de 14 dessas cidades, está à frente nas
intenções de voto em 23 municípios, um possível aumento de 64,2%.
O PSB
é outro que apresenta bons resultados.
Detém 7 cidades e é líder em 12
- crescimento de 71,4%.
O PMDB mantém uma situação estável: dos 16
prefeitos, perderia, caso as pesquisas seja confirmadas, apenas uma.
A amostragem evidencia que são essas quatro legendas que dominam o
cenário político nos maiores colégios eleitorais do país. Fora elas, as
demais legendas têm participação secundária.
Chama a atenção a perda
de espaço do PDT. Apesar de ter eleito 12 prefeitos nesses locais, hoje
é favorito apenas em sete deles.
Outros partidos da base aliada da presidente Dilma Rousseff também
demonstram fragilidade.
O PP tem seis cidades e lidera em cinco.
O PR
mantém o mesmo número de prefeituras: duas.
O PTB tem 5 para 2, o PCdoB
de 2 para 1.
O neófito em eleições PSD filiou seis prefeitos e pode
perder um. Na oposição, o DEM governa um município e lidera as
pesquisas em quatro. O PPS pode perder a única que tem. Já o PSOL pode
eleger a primeira prefeitura de sua história.
A cúpula do PT, porém, vê o resultado do levantamento com bons olhos.
Primeiro porque, a despeito de o partido não liderar em todas as
cidades que governa, o intenso noticiário negativo e diário que o
julgamento do mensalão propiciou não resultou no desastre completo que
se previa.
Ao menos nas pesquisas.
Outra razão é que o PT tem 27 candidatos nestes 105 municípios que
estão em segundo lugar, à frente, de todas as outras legendas. Há ainda
15 candidatos em terceiro lugar, 9 em quarto, 2 em quinto e um em
sétimo.
No restrito - e principal - grupo das 26 capitais, a situação do
partido pode ser subdividida em três grupos. O dois locais onde as
campanhas são consideradas vitoriosas pelo crescimento dos candidatos,
como Cuiabá (MT), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Rio
Branco (AC) e Salvador (BA).
Aqueles em que a campanha foi uma
tragédia, como Belém (PA),
Campo Grande (MS),
Natal (RN),
Porto Velho
(RO),
Recife (PE),
São Luís (MA),
Teresina (PI) e Vitória (ES).
E outro
em que só a passagem ao segundo turno dirá:
Belo Horizonte (MG) e São
Paulo (SP).
Caio Junqueira Valor Econômico
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