Por conta da seca no Meio-Oeste dos Estados Unidos — a pior dos últimos 56 anos — e da onda de calor que reduziu a colheita de grãos na Rússia, as cotações do milho e da soja foram a patamares recordes neste verão do Hemisfério Norte.
Com a alta no preço das rações, as aves no atacado, no Brasil, ficaram 6,81% mais caras de 21 de julho a 10 de agosto, segundo prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) divulgada ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
No mês anterior, o preço das aves havia registrado deflação de 0,60%. A elevação contribuiu para o salto de 1,38% na prévia do IGP-M deste mês.
Estudo realizado pela HSBC Global Research apontou que o milho subiu 25% desde o início do ano, enquanto o trigo teve avanço de 30% e a soja, de 42%. Na avaliação da consultoria Clarivi, especializada em mercados agrícolas, os elevados preços do milho deverão provocar uma redução na produção de frangos no Brasil, ocasionando o aumento da carne para o consumidor.
A Clarivi estima que o custo de produção da indústria desse segmento poderá subir mais de 100% no país, desencadeando falências de pequenos produtores.
Segundo os consultores, não há razão para temer falta de alimentos, pois os estoques são elevadod. Mas a HSBC aventa a possibilidade de que países emergentes — como o Brasil — precisem limitar as exportações para assegurar o abastecimento interno.
Mariana Mainenti Correio Braziliense
Nenhum comentário:
Postar um comentário