Em "O desafio do modelo brasileiro", a correspondente do jornal El País em Buenos Aires, Soledad Gallego-Díaz, diz que a presença de Palocci era uma garantia de que essa linha econômica seguiria adiante, mas sua ausência tampouco compromete esse objetivo.
Ela diz que o plano desenhado por Dilma é levado em frente tanto pelo presidente do BC, Alexandre Tombini, que vem subindo a taxa básica de juros, quanto pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que colocou em marcha uma série de medidas macroprudenciais que tentam frear o fortalecimento do real, "um grande perigo para a pujante economia brasileira" e moderar o fluxo de capitais, "que não para de entrar".
- A ideia é manter o crescimento em 5,5% em 2011 e em 4,3% em 2012.
Mas nada disso servirá se Dilma não conseguir manter a esperança da maioria da população de que sua vida continuará melhorando e não os convencer de que a herança de Lula está em pleno desenvolvimento - diz a jornalista.
No artigo, Gallego-Díaz afirma ainda que a inflação continua acima das previsões, apesar de os últimos dados terem apontado queda, "mas muitos analistas estimam que isso se deu pelo preço dos combustíveis, por isso, muitos continuam insistindo na necessidade de cortar substancialmente o gasto público".
- Aí surge o primeiro grande problema político para Rousseff, porque no Brasil, apesar de sua transformação, uma parte da população vive ainda abaixo dos níveis da pobreza absoluta, o sistema educativo é de má qualidade e o país precisa de um importante programa de infraestruturas, não só para os Jogos, mas porque é imprescindível para seu desenvolvimento - afirma ela.
Valéria Maniero/O Globo
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